MAIS QUE FALTA DE CHUVA!
Percival, amigo de muitos anos, caminhoneiro de algumas décadas, contou-me este caso ocorrido numa viagem para o norte do Paraná.
Era finalzinho de novembro de 2005 e uma estiada implacável castigava a região, não caia uma gota de água desde o inicio de agosto.
Após descarregar a carga de adubo em uma fazenda na zona rural da cidade de Londrina, já retornava pela estradinha de chão batido, de muita poeira vermelha, quando de longe avistou um senhor que sinalizava com a mão provavelmente pedindo carona, Percival notou que junto ao senhor tinha uma mulherzinha, desnutridinha, magrinha, parecia doente, agarrada ao braço daquele que devia ser seu esposo, encostou o caminhão:
-O moço podia dar uma caroninha pra nóis inté na cidade?
-Claro, abriu a porta, podem entrar.
Uma vez acomodados os três, seguiram viagem, um pouco mais a frente quando terminaram de subir a serra, lá do alto era fácil perceber o quanto era necessário que a chuva viesse, nem uma única folha verde, toda a vegetação avermelhada pela poeira e desanimo total até entre os animais, diante daquele triste cenário ouvia-se apenas o motor do mercedão 1513, no entanto o Percival olha para o velho e arrisca a seguinte indagação:
-Até onde vai essa seca? Não!
E o velhinho inocentemente responde em alta voz::
-Vai inté no SUIS, to levando pá toma injeção, tatacada do bronquite!