MÉDICOS
Petrônio, médico, alto, forte, bem apessoado e em plena forma física, chegou ao Rio de Janeiro, para participar de um congresso. No primeiro dia, ainda acanhado ficou de longe, apenas olhando e avaliando as médicas. Aos homens ele não deu muita conversa, não estava ali para isso. De repente, seu olhar se cruzou com os lindos olhos azuis de Zuleica, uma jovem e curvilínea médica, morena de cabelos negros e longos, corpo escultural e andar de gazela. Com apenas um olhar e um sorriso instalou-se o clima. Petrônio aproximou-se devagar, com aquele andar de ganso real, esbanjado charme...Zuleica por seu lado, não se fez de rogada, correspondeu a investida do galanteador.
Daí a pouco, os dois médicos estavam juntos conversando e foram assistir as palestras, os workshops e os seminários um ao lado do outro.
Não se desgrudavam mais. E foi assim durante todo o dia: almoçaram juntos, tomaram cafezinho juntos, visitaram os estandes, receberam os brindes e tudo o mais. Depois da última palestra, saíram juntos, jantaram e foram para o apartamento dela. O amor estava no ar...
Alguns beijos, abraços e consumou-se o tão desejado ato.
Quando terminaram, Zuleica saiu da cama, foi até o banheiro e, mais uma vez, lavou as mãos. Esse era um hábito que ele havia percebido nela desde que estavam lá no centro de convenções. Tomava cafezinho, ia lavar as mãos; recebia brindes, ia lavar as mãos.
Quando a médica saiu do banheiro, ele perguntou:
- Você é cirurgiã, não é mesmo?
- Sou, Como é que você descobriu?
- Essa sua mania de lavar as mãos é bem característica.
- Ah! Muito inteligente o doutorzinho! E você é anestesista, não é?
- Sou. Como é que você descobriu, meu amor?
- Muito simples, minha paixão! É que eu não senti nada!