Minha avó morreu virgem
Meu avô, homem rude, simples, criado na lida de gado no sertão baiano era um homem de pouca conversa.
Tinha mais de 1,80m, pele escura, queimada do sol. Bigode espesso. Os pés eram quase roliços, grossos, calejados pelas alpercatas de couro cru que nunca tirava.
Tinha mais de 1,80m, pele escura, queimada do sol. Bigode espesso. Os pés eram quase roliços, grossos, calejados pelas alpercatas de couro cru que nunca tirava.
Ele era cabra da peste mesmo, daqueles que em qualquer tererê já arrancava a peixeira e furava o sangrador do parceiro. O homem era tão macho, tão arretado que matou a mãe pra ficar órfão.
Estava já com 26 anos, um velho para caboclos da roça, quando resolveu roubar uma moça para casar.
A mais cobiçada da região, uma prenda de doçura. Clotilde tinha sido Miss Boa Colheita,naquele ano.
As famílias combinaram que o casório seria na Igreja Matriz de Senhor do Bonfim e a festança
na mesma praça, na noite de São João.
Depois do casório, começou a queima de fogos, rojões, espadas, bombas, parecia um inferno de Dantes. Bombas e gente correndo pra todo lado. Uns com os zoios queimados, mãos com dedos pendurados, barriga com as tripas de fora. O foguetório acompanhava o ritmo da sanfona e o baião levantava poeira rodando bonito no sentido anti-horário.
Meu avô, todo feliz, no meio daquilo tudo, de mãos dadas com minha segunda avó.
na mesma praça, na noite de São João.
Depois do casório, começou a queima de fogos, rojões, espadas, bombas, parecia um inferno de Dantes. Bombas e gente correndo pra todo lado. Uns com os zoios queimados, mãos com dedos pendurados, barriga com as tripas de fora. O foguetório acompanhava o ritmo da sanfona e o baião levantava poeira rodando bonito no sentido anti-horário.
Meu avô, todo feliz, no meio daquilo tudo, de mãos dadas com minha segunda avó.
A primeira morreu no parto do meu pai, coitada.
Era comum morrer de parto naquela época.
Junto com eles um cãozinho danado de atrevido e desnecessário. Não conseguia pegar uma galinha no terreiro, o infeliz. Era pequeno, inútil, o nome era Cotonete, porque não se sabia direito onde era a cara ou a bunda de tão feio, igual a um cotonete.
Assustado com o foguetório, Cotonete se enrosca nas pernas do meu avô que cai. A perna larga da calça para o do casamento foi caminho certo para um rojão de vara que vinha soltando faíscas como uma Challenger em fogo, explodindo. Aquilo foi parar no parquinho de diversões do meu avô. Explode uma bomba, duas...meu avô, no desespero, tenta arrancar aquela vareta. Explodem três, quatro...
Era um rojão de 5 tiros.
Sangue, gritos, cheiro de queimado, a correria foi grande.
Três meses depois, meu avô volta do hospital. Já não tinha mais mãos.Tinha o bigode, mas já não tinha mais os documentos do macho. O parquinho então, nem sinal, só quelóides. Com o que sobrou dos braços, pegou e arrancou ali, na hora, com os dentes os testículos do Cotonete.
Estava vingado.
A jovem e virgem esposa, já minha avó, moça de respeito, sem uma ajudazinha extra acabou morrendo alguns anos depois totalmente virgem. Naquela época não existia sex shop, nem silicone, consolos e pilhas, então, nem pensar.
Cotonete, dizem, uiva todo efeminado nas noites de lua cheia.
Mas somente as virgens quando estão transando atrás do cemitério da cidade conseguem ouvi-lo.
Não solte balões. Não queime fogos. Doe sangue. Zele a vida.
Era comum morrer de parto naquela época.
Junto com eles um cãozinho danado de atrevido e desnecessário. Não conseguia pegar uma galinha no terreiro, o infeliz. Era pequeno, inútil, o nome era Cotonete, porque não se sabia direito onde era a cara ou a bunda de tão feio, igual a um cotonete.
Assustado com o foguetório, Cotonete se enrosca nas pernas do meu avô que cai. A perna larga da calça para o do casamento foi caminho certo para um rojão de vara que vinha soltando faíscas como uma Challenger em fogo, explodindo. Aquilo foi parar no parquinho de diversões do meu avô. Explode uma bomba, duas...meu avô, no desespero, tenta arrancar aquela vareta. Explodem três, quatro...
Era um rojão de 5 tiros.
Sangue, gritos, cheiro de queimado, a correria foi grande.
Três meses depois, meu avô volta do hospital. Já não tinha mais mãos.Tinha o bigode, mas já não tinha mais os documentos do macho. O parquinho então, nem sinal, só quelóides. Com o que sobrou dos braços, pegou e arrancou ali, na hora, com os dentes os testículos do Cotonete.
Estava vingado.
A jovem e virgem esposa, já minha avó, moça de respeito, sem uma ajudazinha extra acabou morrendo alguns anos depois totalmente virgem. Naquela época não existia sex shop, nem silicone, consolos e pilhas, então, nem pensar.
Cotonete, dizem, uiva todo efeminado nas noites de lua cheia.
Mas somente as virgens quando estão transando atrás do cemitério da cidade conseguem ouvi-lo.
Não solte balões. Não queime fogos. Doe sangue. Zele a vida.