O DEDO DO UROLOGISTA.
Todos nós, um dia ou outro, somos obrigados a fazer algum tipo de exame médico, seja para tirar carteira de saúde, de motorista, seja para rotina trabalhista, ou ainda para constatar alguma possível doença. Enfim, os exames médicos são indispensáveis para quem quiser manter uma qualidade de vida satisfatória, no âmbito da saúde.
Contudo, sabemos que, no Brasil, quem não tem dinheiro (pois, dependendo do exame, gasta-se muito para fazê-lo), recorre sempre ao tratamento público, enfrentando filas intermináveis, e, se não morrer antes, devido à espera do resultado, pode ser que dê tempo de tomar o remédio para a tão sonhada cura.
Agora, você que aperta um pouco o cinto, economizando em outras coisas, talvez até básicas, em sua vida, meramente para conseguir pagar um plano privado de saúde (pagamento este que, convenhamos, está acima das possibilidades da maioria dos brasileiros), tem a oportunidade de não ficar à míngua nos corredores apertados dos pronto-socorros desse Brasil varonil. Penso eu que é obrigação do Estado garantir a vida do “contribuinte” em todas esferas, pois a contribuição arrecadada, através dos impostos, assegura ao Brasil ser o campeão mundial (medalha de ouro) no quesito de cobrança. Sendo assim, devia-nos garantir isso, direito previsto na Constituição, e o que vemos é um tamanho descaso do governo, para sofrimento nosso, tanto na área da saúde, como na da vergonha.
Bom, mas isso não é problema nosso, e sim dos incompetentes “burrocratas” que se acotovelam nos palanques, em épocas de eleições, não é?
Voltando a falar de exames médicos, quem tem planos de saúde, faça como eu, jus às mensalidades. Volta e meia procure fazer um exame, até pra saber se você tem unha encravada.
Entretanto, existem exames terríveis e sofríveis, se não, vejamos: Quem nunca fez o de fezes, com aquela latinha, no banheiro? Mal você escovou os dentes de manhã e, com o palito de sorvete, vai retirando o cocô, para análise. Falei pra minha esposa:
- Acho que vou dar um “chapéu” no médico. Pra facilitar as coisas pra mim, que tal eu pegar o cocô do “Ringo” e colocá-lo no lugar do meu?!
Você já deve imaginar a resposta dela, né?
Tem também aquele exame horroroso de ultra-sonografia da bexiga. Só quem já passou por ele sabe que tenho razão de denotá-lo “horroroso”. O sujeito já está com a bexiga (que não é aquela de festa infantil) para explodir, estando ela completamente lotada de urina (mais lotada do que ônibus em final de expediente), e depois vem a enfermeira, dizendo:
- Senhor, beba mais água, pois ainda faltam 15 minutos para o exame!
E apertando um joelho contra o outro, tamanha a vontade de fazer xixi, nesse momento sempre penso:
- O que que a senhora quer? Que eu solte urina pelo nariz? Igual um chafariz? (Que trocadilho ridículo!)
Prefiro fazer exame de sangue. É rápido, dói só um pouquinho, e, como recompensa, você recebe um prêmio pela sua “bravura”: umas bolachinhas, cafezinho, e, como sou guloso, vai até geléia!!!
E aquele exame de endoscopia, então? Mangueirinha garganta adentro... horripilante! Se de cima pra baixo já é ruim, imagine de baixo pra cima? “Sartei de banda”!!!
Quando fui me casar, alguns amigos de serviço orientaram-me a fazer o pré-nupcial. Lembra-se? Para aproveitar o plano de saúde privado!
Aí marquei um horário com o urologista. Fazendo a consulta, ele me “ordenou” que eu ficasse pelo menos cinco “intermináveis” dias de abstinência sexual (não ria... intermináveis mesmo!), a fim de fazer o espermograma em um laboratório à minha escolha.
Enfim chegou o dia, ansiosamente esperado por mim, pois eu vivia 24 horas em “ponto de bala”, devido à pressão interna, tanto física como mental. A enfermeira, por sinal era um BUCHO, não trazia consigo nenhuma “inspiração” para ninguém, quanto mais aos “desesperados pacientes” daquele exame. Então, entregou-me um vidrinho (parecido com aquele frasco do famoso sal de frutas) e, apontando a porta do banheiro, ao lado da recepção, a qual estava tomada por outros pacientes “kamikases”, disse:
- Bom exame!
“MINHA NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO!” – exclamei, pensativo.
Assim, fui eu cabisbaixo, frente aos olhares dos outros que aguardavam o grito de “O PRÓXIMO”, e entrei no W.C,. mais vermelho que pano de toureiro. Dispensando qualquer comentário sobre o ocorrido no reservado, voltei abatido com a situação, porém com o sentimento de dever cumprido (eu disse cumprido, não comprido!). E, entregando de volta o vidrinho (só que cheio, né?), para a enfermeira recepcionista, quase me esqueci de pegar o protocolo para retirar, posteriormente, o resultado, tamanha pressa de me mandar daquele lugar!
Uma semana depois, voltei ao urologista com o resultado do exame em mãos, quando ele, abrindo-o, me falou:
- Parabéns! A sua fertilidade é de causar inveja pra coelho!
“Que alívio! Já pensou se ele me dissesse que eu não tenho “PORRA” nenhuma? Isso normalmente é o que todos querem ouvir dos seus médicos, com exceção desse exame, é claro!
Você não sabe de nada... O pior ainda estava por vir!
Aí então disse-me o urologista:
- Já que estamos aqui, faremos mais um exame agora, apesar de você não ter completado 40 anos...
“O que será que ele quer comigo?! – pensei, já querendo dar o fora!
- Tire toda a roupa, coloque o “camisolão”, e deite-se de costas na maca – ordenou o médico.
Foi quando lhe obedeci, complacentemente, na esperança de ser poupado em alguma situação difícil, o que não aconteceu!
Ele pegou no meu “Bilau”, e vira pra direita, vira pra esquerda, pra cima, pra baixo, ergue o saco, abaixa o saco...
- Tudo bem – disse ele, e, lavando as mãos no lavatório, continuou a falar:
- Agora dobre os joelhos o máximo que você puder!
- Ué... não terminou o exame, doutor?! – perguntei, inocentemente.
Quando ele me respondeu:
- Está faltando mais um “DETALHE”.
E que “DETALHE”!!!
Logo em seguida, colocando a luva em uma das mãos, e, na outra, com um monte de papel-toalha, foi chegando perto de mim!
Pensei, angustiadamente, engolindo grossas salivas: “Se ele, na hora em que pegou no meu “Bilau”, estava sem luva, agora, com luva, ele vai me virar do avesso!!!”
E com seu dedo médio, que de médio só tinha o nome, começou então a me vasculhar.
HUMMMM!!!.... Uiiiiii!!!..... Viiiichi!!!.....JESUS, MARIA E JOOOSSSÉÉÉÉ!!!...
- Calma, calma, já estou terminando...
“Que experiência alucinante, inesquecível... Não desejo isso nem pro meu pior inimigo!... Bom..., pensando bem...”
- Pronto! Pode-se limpar com os papéis-toalha, e vista-se.
Com um breve aperto de mão, saí de sua sala com a certeza de que não tinha NADA na próstata, e também não tinha mais NADA pra fazer ali.
Ao passar pela sala de espera, a fim de me “evaporar” daquela clínica médica, avistei um colega, que há muito não via.
- E aí cara, tudo bem? – perguntou-me ele.
- Mais ou menos. Depois de hoje, creio que perdi até a minha identidade!... respondi-lhe, com uma voz rouca, embasbacadamente baixa (pior do que aquela de mendigo, quando pede esmola).
- Por que isso? – perguntou-me, espantado.
- Aquele conhecido exame,.... éééhhh,.... bem, você sabe! Mas nós, homens, temos de fazê-lo, preventivamente, a fim de evitar, no futuro, mal maior, né? – respondi a ele.
- Pelo jeito, foi o seu primeiro. Para mim, com esse médico, já é o quinto. Com o tempo, você se acostuma, você vai ver!...- complementou meu colega.
E, vendo eu um lindo embrulho de presente em suas mãos, perguntei-lhe:
- Bom, Aristeu, mudando um pouquinho de assunto, para quem é este presente? Pra sua namorada?!
Quando, de pronto, ele me respondeu:
- Não!... São bombons para o NOSSO MÉDICO!
- NOSSO MÉDICO???!!!... UMA OVA!!!!