CONSIDERAÇÕES DA MORTE

CONSIDERAÇÕES DA MORTE

Porque me temem com a algo contagioso,

todos não fazem cada qual o seu trabalho?

Eis o meu, levar a todos para o além,

sem feriado, sem folga. Mas, não falho.

Sou imprevisível!1 contudo a hora é derradeira.

O dia? o lugar? ninguém sabe de onde venho.

E me aborrece ter que esperar sequer um segundo,

pois eficiente quero mostrar bom desempenho.

Sou a preferida dos homicidas e perversos,

não interfiro em nada pois ninguém é eterno.

Eles próprios eu levo na primeira chance,

e garanto que os encaminho direto ao inferno.

E já vou avisando que não faço acordos,

pois tal e qual o relógio, não volto atrás.

E com outra; Sou de fato insubornável,

No meu ofício procuro assim ser eficaz.

Onde vou, deixo o rastro e a certeza.

Indiferente a todos não tenho preferências,

Só peço uma coisa: Olhem a fila por favor.

Ao atender, despacho com excelência.

Não adianta me achar má companhia.

E se não me querem por perto, paciência.

Faço plantão em velórios para confirmação.

já que sou exigente e avessa a repetências.

Mas diacho, tento ser agradável afinal, ora, ora.

É querer muito, a minha presença gerar alegria?

Em todo caso estou por ai, sempre rondando,

me chamem para uma visitinha qualquer dia.