ENCONTRO GAY
Ao voltar da Faculdade, com a noite avançada, Domício entrou no bar da esquina do seu prédio para comprar cigarros. Levantando a vista, notou seu amigo Ari, totalmente macambúzio ocupando uma mesa com garrafas de cervejas, no fundo do salão. Domício aproximou-se e puxou conversa:
- Como vai, Ari!
- Olá Domício. Sente-se. Tome um copo de cerveja comigo.
- Vejo que estás triste. Algum problema, Ari? Posso ajudar?
- Veja bem, Domício. A Isabel, minha namorada, me deixou. Você bem sabe que não vivo sem ela. Sou louco por aquela mulher, Domício.
- Não sabia, Ari. – respondeu Domício.
- E tem mais! Tem mais, meu amigo. Bati meu carro. O conserto vai custar uma nota e estou sem dinheiro. Além disso, o aluguel está atrasado dois meses. Estão me ameaçando de despejo. Sabe Domício, não estou nem dormindo direito. Agora me diga: - Isso é vida?
Domício condoeu-se com a história do amigo. Pensou num modo aliviar a dor do rapaz. Pensou um pouco e disse:
- Veja bem Ari. Preste atenção. Têm coisas piores do que seus problemas.
- Tem não, Domício. Eu estou precisando é de morrer, meu amigo.
- Então, vejamos, Ari. Faça de conta que você é um gêmeo siamês e que você tem um irmão colado no seu ombro e que ele é gay, mas você não é.
- Estou imaginando, Domício. Meu irmão grudado no meu ombro é gay, eu não sou, é claro. Continue...
- Pois bem. Seu irmão gay tem um encontro para fins sexuais com um lutador de luta-livre de quase dois metros, e vocês só tem uma bunda.
Como é que fica?
- Misericórdia, Domício! Isso não é bom não.