O CRAQUE PACUZINHO...

La pras banda do interior de Minas Gerais,uma cidadezinha pouco mais de três mil habitantes,na mesma havia um Senhor mais ou menos letrado em matemática,como o pseudônimo e seu João.Seu João,juramentado homem importante daquela região, era o manda chuva da referida cidade,quer dizer,corrutela. Batia prendia e mandava soltar.Era o diretor do Clube, do grupo escolar,delegado e ate agiota.Enfim, o Homem mandava desmandava por aquelas bandas onde o Judas perdeu as botas e por sinal era também o presidente e diretor do time de futebol da referida corrutela.

Seu João,quando o time estava levando um ou dois gols de diferença em desvantagens,bastava ele levantar a beirada do paletó na frente do goleiro adversário e mostrar a cabo do trinta e oito que logo em seguida o time do Seu João estava desfilando em seu caminhão Chevrolet cinquenta e um pelas ruas da pequena insignificante metrópole.

Um belo dia de verão, Seu João,do alto da sua sabedoria e eficácia, contratou Pacuzinho. Quem era Pacuzinho?! Já respondo...Crioulinho baixinho,marrento,que driblava ate a mãe.Pacuzinho era o cão chupando manga em forma de gente.O que tinha de bão de bola era totalmente desprovido de inteligência.Certa feita em um dos treinos para uma grande partida,o treinador deu um grito a Pacuzinho:

- Pacuzinho caia pra direita!

Pacuzinho não se fez de rogado,caiu desmaiado na lateral direita do campo fingindo e estrebuchando.Seu treinador aos berros mais uma vez gritou:

- Pacuzinho seu burro, não é pra desmaiar não seu tição, é só pra correr pra lateral direita! No que Pacuzinho respondeu de imediato:

- Uai,u sinhô mandou e eu fiz,ora....

Em outra ocasião em um jogo de vida ou morte,quarenta e cinco minutos do segundo tempo,zero a zero. O placar ainda era marcado em um pedaço de pau na lateral do campo.O ponta direita de seu time corria pela lateral esquerda em diagonal e em direção ao gol e Pacuzinho no centro do campo dispara a cem por hora em direção a área,quando era para ele sair consagrado naquele momento quando ele ouve o seu técnico a lhe gritar:

-Pacuzinho, lança um pouco mais a sua esquerda!

Pacuzinho sem parcimônia nenhuma,andou até a trave esquerda do goleiro adversário,meteu os dois dedos na garganta e ali mesmo deixou os restos mortais de um frango a passarinho que o seu patrão Seu João,havia lhes dado como almoço em um restaurante de estra antes de chegar no campo da contenda.Neste dia quase foi linchado pela torcida.

Seu João, homem de posse,levou seu time a jogar na capital Belo Horizonte com o time do Cruzeiro.

Partiram todos em avião fretado pelo dito cujo dono do dinheiro.

Todos se divertindo comendo a vontade, menos Pacuzinho.Pacuzinho naquele momento se encontrava com os olhos esbugalhados,que nestas alturas, já se tornara tão branco de fome quanto o branco de seus olhos.

Chegando na capital Pacuzinho pede um vale a Seu João para comer uns trem.

-Mas Pacuzinho, porque você não comeu no avião que tudo era de graça e estava incluso na passagens?!

-Uai Seu João não sabia disso não sinhô!

E para encurtar a história o time de Pacuzinho perde por oito a zero.

Mas Pacuzinho foi o destaque do time.Foi abordado por várias emissoras que cobriam o evento.Em numa destas o repórter lhe pergunta:

- Pacuzinho,o que você perde ou leva como experiência para a sua cidade?!

Pacuzinho na bucha responde:

-Perdê eu perdi dois dentes da frente de porrada,a minha ponte inferiô que também perdi,mas, achei um dente de ouro, uma medalhinha de Nossa Senhora Aparecida e um par de chuteira veia que levo pra minha terra de lembrança.

Após tudo isto,Seu João muito nervoso com a perda do jogo, bota todo mundo dentro de um trem de ferro e partem de volta a cidade querida.

Pacuzinho no vagão do restaurante não se faz de rogado.Come de tudo e de todos que aparece a sua frente.Bolacha, pão de queijo, broa de milho,biscoito de goma,que os garçons ofereciam dentro do vagão.

Finalmente chegaram a cidade,aliás,a corrutela.

Todos desceram,menos Pacuzinho quando alguém gritou:

-Cadê Pacuzinho?!

Pacuzinho tinha seguido junto ao trem.

Seu João corre à sua casa, pega seu Chevrolet cinquenta e um e sai em disparada à uma próxima estação que ficava há quinze quilômetros dali.Graças a Deus chegaram a tempo de encontrar o trem parado.

Seu João chega ao chefe do trem e pergunta pelo dito cujo negrinho, no qual o chefe do trem lhe responde que o meliante dito cujo estava preso por não ter tido pago a comida.

Seu Zé então interpela o nosso Pacuzinho:

-Pacuzinho, se não tinha dinheiro porque comeu tanto?!

-Uai seu João eu imaginei que tava incruido na passage!

Esta é mais uma das minhas histórias verídicas.