Podéla

Um velho comerciante tinha um armazém e se gabava de ter de tudo em seu estabelecimento.

Pinga de engenho, tinha todas. Fumo de corda, de todas as qualidades. Pano de costura, todas as marcas. Enfim, não havia nada que não encontrasse ali.

Ficou muito famoso por não decepcionar qualquer um que procurasse por um produto, artigo ou qualquer novidade que aparecesse.

Chegou de novo na cidade um rapaz que, ficando sabendo de tal façanha do comerciante, resolveu tirar uma com a cara dele.

Chegou em seu armazém e perguntou em voz alta e na presença de todos, se ele tinha PODÉLA, para vender.

O comerciante, não se fazendo de surpreso, apesar de estar, disse:

- No momento não, está em falta, más passe aqui na semana que vem...

O rapaz, no entanto, sabendo que tal produto não existia, acertou que na próxima semana retornaria para pegar a encomenda.

O comerciante, por sua vez, ficou a matutar: - Diachos! O que vem a ser afinal essa tal de PODÉLA?!!

Pensou, pensou e não vendo solução, a noite tomou uma decisão.

Na manhã seguinte, pegou um monte de bosta, colocou para secar no forno, triturou aquilo e guardou em um pote.

Semana seguinte, aparece o tal rapaz e pergunta pela sua encomenda:

- Então, meu senhor, conseguiu arranjar o meu pedido?

- Sim! Respondeu o comerciante, colocando o pote diante do rapaz.

Não acreditando naquilo, o rapaz abriu o pote, mergulhou o dedo e o lambeu.

Um tanto triunfante, ele disse ao comerciante:

- Ora essa, o senhor está querendo me enganar? – Isso aqui é bosta.

- E ele: - Bosta não somente o Pó Dela.