Pelo telefone...

Bertolt Brecht perguntou uma vez: “O que é o crime de assaltar um banco comparado com o crime de fundar um banco?”

Pois é, tem gente que tem vontade de afundar ou explodir seu banco quando não consegue um empréstimo ou financiamento para progredir na vida.

Mas não foi isso o que fez um desconhecido casal de empreendedores da cidade.

Ele liga para a mulher:

- Oi, amor, acabei de sair do banco. Nada feito.

- Nada? O gerente não concedeu o empréstimo?

- Infelizmente, não.

- O que ele alegou como recusa?

- Que eu não tenho nenhuma tatuagem.

- Tatuagem? Mas você tem uma, sim.

- Aquela na virilha não vale.

- Não vale? Como assim?

- Ela não é visível, teria de ser no rosto ou nos braços.

- Que coisa mais absurda!

- Foi o que eu disse a ele. Sabe o que ele me respondeu?

- Não, né, eu não estava aí.

- Que o matador que o banco contratou para liquidar os devedores que dão calote nos empréstimos só aceita o serviço se puder identificá-los melhor através das tatuagens, pois não deseja matar algum inocente por engano, acredita?

- Acredito, claro! Alguns bandidos têm mais ética do que certos banqueiros e muita gente do mercado financeiro.

- É, mas vamos ter de continuar entregando nossas drogas de moto mesmo...

- Que pena! Um automóvel facilitaria muito nossa vida e poderíamos atender a muito mais pedidos dos drogados sem chamar tanto a atenção da polícia.

- Sim, mas não vamos desistir. Desligando agora, indo pra casa.

- Ok. Os pedidos estão começando a chegar...