Imunidade cognitiva, pessoas abstratas e dívida histórica

Das três expressões que compõem o título deste texto, apenas a primeira expressa uma realidade.

Os “progressistas” na sua infinita capacidade de criar absurdos, criaram a “dívida histórica”.

A fonte de tanta inspiração visando a “perfeição da conduta humana” é a “consciência cósmica” que leva a busca pela “justiça cósmica”.

Essa consciência, que transcende os limites de pensamento dos seres humanos normais, foi encontrar na última galáxia situada na borda do Universo sua inspiração para promover uma “justiça” que está além da Justiça consolidada através de milênios de experiência da Humanidade.

Foi essa sabedoria incomparável que possibilitaram a eles, os “progressistas”, consolidar a figura da “pessoa abstrata” com todos os direitos a que têm direito.

Além disso, as pessoas abstratas são onipresentes, atemporais ou podem deter uma imortalidade inalcançável pelas pessoas de carne e osso.

Assim, os sofridos escravos ganharam o direito de terem reparações pelas dores que lhes foram impostas e através de contatos mediúnicos abstratos com os progressistas nomearam seus descendentes como legítimos beneficiários das reparações materiais a que têm direito.

Abro aqui um parêntese para ressaltar o incrível dom inerente aos “progressistas” de conseguirem sentir sofrimentos que muitas vezes nem as próprias vítimas conseguem sentir, daí se ocuparem 24 horas por dia, sete dias por semana em encontrar problemas em tudo quanto é canto da Sociedade e até no espaço sideral, sendo capazes, por exemplo, de descobrir racismo em um buraco negro, esse fenômeno do Universo que tanta dor causa aos negros de todos os tons sem eles mesmos saberem.

Voltando a questão da “divida histórica”, a “lógica interna do processo” da “justiça cósmica”, ditou que os referidos direitos das pessoas abstratas legitimamente nomeadas, têm que ser honrados pelos brancos escravagistas atuais de todas as camadas sociais.

A “justiça cósmica” dos “progressistas” nos diz que um branco trabalhador de salário mínimo de hoje é um ex senhor de escravos com uma dívida incalculável com uma pessoa abstrata. Dívida incalculável porque não sabemos quais seriam as condições atuais dessa “pessoa” se ela tivesse vindo para o Brasil como um imigrante normal e não como escravo. Imaginemos que ela tivesse se tornado uma cidadão muito rico e consequentemente seus descendentes hoje fossem milionários. Como esse trabalhador de salário mínimo poderia recompensá-los?

Como seres razoáveis e bondosos que somos poderíamos tentar resolver esse problema de uma vez por todas, cortando o mal pela raiz.

Isso seria feito de forma bastante “simples”, bastaria devolver as pessoas reais, herdeiras dos “direitos” das tais “pessoas abstratas” para seus locais de origem.

Mas aqui cabe a seguinte pergunta: Como “devolver” alguém para um lugar que ela sequer esteve em toda sua vida?

A “lógica interna do processo” da “justiça cósmica” nos diz que “pessoas abstratas” tem “direitos concretos” transmissíveis via herança abstrata para pessoas reais, o que as leva a ter responsabilidades concretas como “senhores de escravos” numa “sociedade escravagista” atuais.

Como o direito primário dos escravos era o de permanecer em seus países de origem, os “senhores de escravos” atuais têm o dever histórico de fazer valer esse direito para os herdeiros daqueles, devolvendo-os aos seus locais de origem.

Porém, esse processo só seria completo se os brancos que “se sentem negros” também fossem beneficiados com essa medida.

Vemos aqui mais um caso de concretude do abstrato, ocorrência cada vez mais comum nesse mundo que caminha a passos largos rumo a “justiça cósmica” plena só possível sob governo dos “progressistas”.

“Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.” (António Aleixo).

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 26/11/2024
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