O BAGRE FERVOROSO
Eu dei a volta em torno do bagre ajoelhado,
Um peixe do Araguaia, que acabou sendo fisgado.
Dentro da barriga dele, fizeram uma operação,
Colocaram um telefone e um monte de fiação.
Quem vê o bagre de longe pensa logo em oração.
Pobre do bagre pintado transformou-se em orelhão.
Quando eu fazia a foto do bagre ajoelhado,
Um turista me pediu para ser fotografado,
Disse que em Fortaleza, capital do seu estado,
Quando alguém visse a foto, ficaria admirado.
Acatei o seu pedido e como estava sozinha,
Aproveitei e pedi que também tirasse a minha,
Não é que o tal sujeito fez uma complicação,
Quando revelei o filme não havia foto não.
A velha Barra do Garças eu vou voltar outra vez,
Para fazer o retrato que o cearense não fez.
Agora ficou mais fácil, tenho máquina digital,
Para retratar os botos lá pertinho do Pontal.
Quem sabe eu terei sorte, do velho iguana encontrar,
E com a minha nova câmera, o bicho fotografar.
Até breve, velha Barra! Brevemente eu vou voltar.
Comentários do poeta Pedrinho Goltara:
Só mêso em fotografía
cuma é grânde êçe bágri,
Qui tirô as fóto um dia.
Óia, Claraluna quirida,
Impalháro o póbre bixím
Fizéro nêli um tilifône
Im vêiz de mandá êli pra mim.
O Perfêito lá de Barra
Botô êli em isposição
Mostrá prus turistas
Que lá só têim pexão.
Mas, ficô inté izótico
Um tilifône manêro
Qui na baríga dum pêxe
Fála pro Barzil intêro.
Ancê falô nos bôto
Qui vái êlis fotografá,
São os golfím da água doçe
Aqui quase não há.
Aliás,só tem unzinho
O "Marco Polo" cunhessido
Ou o tár Bôto Trovadô,
Cuma é agora meu apilido.
Obrigada querido poeta. Sua participação é sempre bem vinda.
Na série de "Uma Semana em Mato Grosso", eu vi algumas coisas interessantes com relação aos botos, te cuida, ok? Publicarei oportunamente.
Um beijo,