COMO ALBATROZ
Entre tantos voos, não sou o que não aparento.
Tenho meus próprios brios, não falo que não aguento.
Não falto com respeito, nem ando por desvios.
Não vivo sem moderação, nem de qualquer jeito.
Não julgo mal os outros, nem entrego ninguém.
Agir com o cérebro, mas também com o coração.
Não me faz sentir maior que os outros.
Pois padeci feridas que acalmei.
E lágrimas que já esqueci.
Mas porém, ainda lhes confesso
Não nasci assim moderada
Nunca fui ausente
Fui e sou equilibrada
Reparto-me de repente!
Animo o meu voo
e meus próprios entes.
Plano sobre vendavais,
Acolho sobreviventes.
Agora fortalecida
Sobre plagas formosas
Mas ainda muito indecisa...
Deixo meu voo ou não,
Agir com o cérebro?
Ou com o coração?
Desajeitada aterriso,
Derrapo bamboleando.
Grasnando os solavancos,
Cansada ponderando...
Sou a pior entre desajeitadas,
Mas nunca me arrependi.
Pelo menos não me digam
Que não viví empreitadas