SILINHO, o menino que queria ser pastor

Silinho morava numa grande e próspera ilha

Onde ovelhas movimentavam a economia.

Aprendeu cedo como se montava armadilha,

Contra o lobo que via a ovelha e comia.

Silinho era muito desajeitado

E não sabia muito bem pastorear.

Com as ovelhas ele era descuidado,

E para o lobo era mais fácil atacar.

Silinho pelas ovelhas era mais temido

Do que a própria ameaça dos lobos.

Por sua causa ovelhas tinham fugido,

Pastoreava errado, o pior de todos.

“Vamos nos reunir todos, por Deus,

Em Assembleia” — clamou o pastor-chefe.

“Os lobos gostam dele, são amigos seus!”

— Disse o pai de Silinho, Dom Artaxexe.

Silinho, às pressas, foi mandado para outra ilha,

Onde lobos eram adestrados para puxar trenó.

Lá ninguém precisava construir armadilha,

Bastava ensinar o lobo a dar o seu melhor.

Silinho se tornou um hábil “coach” respeitado

Entre aqueles animais, em cada alcateia.

Mas logo deu briga com o “coach” Pablo,

E alguém disse: “por Deus, reunamos a Assembleia”.

Hoje, não se sabe qual terá sido o destino

Do Silinho ou do seu concorrente Pablo.

Sabe-se que: tanto um quanto o outro menino,

Estão noutra ilha onde é comum rinha de galo*.

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* A briga de galos, mais conhecida como rinha, embora seja uma prática proibida desde 1998 no Brasil, ainda vem acontecendo de forma clandestina.

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Da coleção zezediozoniana: “Cadeirada de banco de igreja”