O DIA EM QUE O MORTO REVIVEU

Reza a lenda que lá pelos meados de um mil novecentos setenta a setenta e cinco, eu que vos escrevo, trabalhávamos em prótese dentária terceirizado por um odontólogo de Araguari e fomos enviados a Goiânia para atender um familiar do dito cujo Tiradentes.

Desta feita fomos destacado para atender uma médica de um determinado hospital lá na referida capital. La chegando fomos atendido por uma secretária da mesma que nos mandou aguardar enquanto a própria acabaria de atender um paciente.

Dito e feito ficamos ali aguardando em uma sala de espera, de uma formato arredondado, construção antiga onde havia duas portas. Uma das portas seria a de entrada, que no caso daria para a rua e a outra dava para os corredores das salas de atendimentos médicos.

O detalhe interessante destas portas é que elas se assemelhavam com aquelas portas que vão e voltam como nos velhos filmes dos Farowest. Tanto você vindo como indo elas se abrem de uma mesma forma. Nesta mesma sala de espera haviam várias senhoras e senhores, crianças ,fora os atendentes e secretárias .Em um determinado momento ,um enfermeiro abriu uma daquelas portas do vai e vem, adentrou meio corpo à porta e falou com uma das enfermeiras que se encontravam ali naquele momento. Falou em bom tom no que todos que estavam naquele momento puderam ouvir.

- Podem trazer o morto que a família esta aguardando!

Dito e feito, as enfermeiras saíram e ficaram mais ou menos de dez a quinze minutos afastadas daquele local, quando em um determinado momento, aparecerem com o morto em uma maca todo coberto por um lençol branco, daqueles de hospitais branquinhos com listas fininhas e azuis.

Não sei se esqueceram algo ,mas, voltaram deixando ali o pobre do morto bem no centro da sala jogado as traças no meio de todos nós que encontrávamos naquele momento no recinto hospitalar.

Todos ali atônitos comentavam em buchichos, de como deixar ali um pobre de um morto, já que se passara mais de quinze minutos do sumiço das enfermeiras.

O morto jazia ali todo esticado na maca. Somente via os seus pés devido o lençol elevado na altura dos próprios e do seu nariz, que da mesma forma, deveria ser enorme devido a elevação na altura do mesmo.

Passara já uns quinze minutos e nada das enfermeiras aparecerem. Algumas pessoas já impacientes andavam de um lado para o outro indagando e se perguntando de como deixar ali um morto por tanto tempo sem as devidas soluções. Um garotinho com as suas pernas enfeixadas já dizia à sua mãe:- Mãe tô com medo!!!

Umas mulheres desconfiadas já começavam a se levantarem, já com o medo estampado na cara, outros tantos no recinto conversavam sem parar uma tanto quanto nervosos e me parecendo querer se distraírem do que estava ocorrendo.

Já se passara um bom tempo quando de repente, o dito morto, da um gemido uma tossida e uma encolhida em uma das pernas. Pensem em uma coisa fora do comum.

Foi um verdadeiro alvoroço como um estouro de boiada. Um senhor de muleta com a perna quebrada foi o primeiro a passar por aquela porta do vai e volta. No que a porta foi e voltou, uma senhora gorda que vinha logo atrás correndo, levou uma portada nas fuças que caiu de madura no meio da sala. Enquanto isto, um senhor de cadeiras de rodas que estava indo em direção a porta já a uns sessenta por hora, não se sabe como desviou da senhora gorda caída no chão, levou a mesma no peito ,mas, conseguiu a façanha de passar e continuar em disparada rua abaixo em uma ladeira de uns dois quilômetros e extensão onde se via somente o seu palitozinho preto esticado que poderia jogar um carteado sobre o mesmo.. Ate o presente momento ainda não se sabe noticias do velho, que conseguiu segundo previsões, chegar a oitenta por hora em sua cadeira de rodas ladeira abaixo. Detalhe, não sem antes perder o seu par de dentaduras com a velocidade adquirida com a cadeira de rodas, que foi parar justamente na boca de um cachorro que tirava a seu sesta cotidiana.

Pois foi isto justamente o que ocorreu meus amigos!

Eu e meu tio que ate então estávamos estupefatos com aquela bagunça e correria, fomos no embalo em disparada para dentro de um banheiro de mulheres. No que estávamos entrando em disparada uma senhora muito gorda, sem saber do ocorrido, vinha saindo no que o meu tio deu uma peitada nela devolvendo-a para cima do vaso sanitário de onde ela havia saído. Quando meu tio tentava tira-la já entalada no vaso, levou outro entrada pelas costas de outro cidadão que entrara correndo e lá se foi todo mundo espatifando sobre o chão molhado com todo aquele excremento do banheiro que explodiu com o impacto da senhora gorda. Um garoto que se encontrava com as duas pernas quebradas e engessadas, que anteriormente fazia um escarcéu bagunçando beliscando as pessoas como um verdadeiro diabinho, já se encontrava em cima de um armário deste de colocar vidros de remédios e não se sabe ate hoje como o garoto conseguiu subir naquele móvel a gritar pela sua mãe com as duas pernas quebradas. De lá gritava:-

-Mãe, me tira daqui pelo amor de Deus o defunto vai me pegar...

Nestas alturas com o barulho total foi muito grande dentro do hospital, alguém sem saber do ocorrido, já havia esparramado nos corredora do hospital chegando ate os quartos dos doentes, que o mesmo, estava em fogo. Tinha doente passando com o soro pendurado na mão gritando que o mundo estava acabando. Do lado de fora só se viam doentes com aquelas vestimentas brancas, que ate hoje não sei porque vestem nos pacientes ao contrário, a frente para as costas, descendo ladeira abaixo com suas bundas brancas e descoradas de fora tropeçando uns aos outros. Um velhinho com o seu soro em punho tentava pular uma janela uma vez que o seu suporte do soro estava atravessado literalmente na mesma. Outra senhora com mais ou menos duzentos quilos ao passar pela porta do Farowest, entalou-se, não saindo e tampouco entrando vetando a passagens dos mais aflitos para saírem. Não vou falar de um senhor que ficou com os testículos pregado no trinco da janela do seu quarto ao tentar pular a mesma.

Passado a bagunça toda, as enfermeiras que haviam levado o morto ate a sala, nestas alturas do acontecimento também havia se debandado juntamente com o morto que na bagunça toda não esperou para perguntar o que estava acontecendo. Totalmente Nu, sai com as mãos tampando as partes baixas do seu sudoeste, procurando o seu norte. Passado algumas horas e desfeito a bagunça toda em um ambiente mais calmo, se chegou as devidas explicações e conclusões dos causadores do drama.

Quando o enfermeiro entrou pedindo que buscassem o morto, o dito cujo, já havia sendo entregue à família pelos fundos do hospital como é de praxe em todos os hospitais. O referido morto em questão na sala e que já se encontrava nu para uma devida cirurgia, não passava de um paciente que seria levado à sala de cirurgia.

Esclarecido os fatos todos voltaram à sala de espera. Todos, menos os doentes que se debandaram rua a fora.

Reza a lenda que dona Maria, aquela que estava entalada no vaso sanitário, tiveram que quebrar o mesmo para que a devida cuja pudessem ser libertada.

E este foi mais um dos causos engraçados verídico de minhas histórias berrantes .Fato este acontecido em Goiânia.