Maternação
Todos os bebês que as mães brasileiras ganham (seria a maternidade assim uma espécie de loteria?) são trazidos do céu pelas cegonhas até o Aeroporto de Cegonhas, em São Paulo.
Não muito distante dali, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, ficam os pais preocupados e nervosos com a chegada dos filhos, roendo as unhas e virando copos e mais copos de bebida tentando ficar calmos.
A partir desses dois congestionados aeroportos os futuros recém-nascidos são distribuídos para todos os lares brasileiros, passando primeiro pelas maternidades, embora algumas poucas futuras mães prefiram receber os pequerruchos em casa mesmo.
Quando os bebês são pesados demais e o bico das cegonhas não suportaria peso em excesso, então é comum o uso de carretas cegonheiras para transportá-los até suas respectivas maternidades.
Isso também se dá quando algumas mães sortudas ganham não apenas um ou dois bebês de papai do céu, mas vários: trigêmeos, quádruplos, quíntuplos etc. Então as cegonheiras se tornam indispensáveis nesses casos.
São inúmeras as alegrias (e as despesas também, mas que mãe vai ligar para elas numa hora feliz como essa?) que as incansáveis cegonhas trazem diariamente para as famílias brasileiras.
Infelizmente nem todas são plenamente reconhecidas por seu inestimável trabalho. Faz tempo que o governo não reajusta o salário dessas pobres pernaltas, que nem ao bolsa família têm direito.
Quer dizer, algumas têm: mas apenas aquelas que têm título de eleitor, bem entendido...