Não quero comer mais nada!

Não quero comer mais nada...

Tudo isto me faz mal:

Frango, peixe, porco, sal...

E a verdura envenenada,

Qu,é proibido na esplanada,

Desde que não seja orgânico!

E a galera entra em pânico,

Ao ingerir só porcaria,

Massacrando a tirania,

Vendo o (P)a(T)ê dos satânicos!

Não posso tomar um vinho,

Nem tampouco – uma cachaça;

Isto causa uma mor desgraça –

No meu corpo em desalinho!

Quando como um bacorinho,

Costela, oh!... Bem suculenta,

‘Copanhado com mãe-benta,

Co’ um sabor de quero mais...

Dando glória aos imortais,

Temperadas com pimenta!

Mas, os médicos eméritos,

Dizem que a farinha é tóxica;

Prejudica os ossos e ótica,

Ao indivíduo benemérito!

Mas não têm um insano mérito,

Nem virtude à Agronomia!...

Povo gosta é da folia –

Carnaval e Besta fera...

Pondo a plebe da galera,

A exaltar – melancolia!

Nunca mais comi ossobuco,

Carne seca e nem polenta;

Pois, já passo dos sessenta,

Mas não sou um velho caduco!

Hoje, ainda tenho um trabuco,

P’ra espantar os delinquentes,

Que o Brasil, paga contente –

Os bandidos n’amplidão!

Quem dera, fosse uma prisão,

A gozar como indulgentes!

Mas, voltando aos alimentos:

Resolvi comer mais nada!...

Dou deveras, casquinada,

Em meu pobre apartamento!

Hoje, eu faço investimentos,

Que o governo engendra as taxas...

Muitas vezes, sobretaxas,

A afanar os pobres velhos,

Que não entendem o evangelho...

E profiro: o que tu achas?

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 28/08/2024
Código do texto: T8138779
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