Namoro e sustentabilidade parental

— Bernardito, preciso te contar uma coisa.

¬¬ Ôpa! Pode parar! Nós sempre usamos preservativos! Não vem com essa!

— Não é isso, seu bobo!

¬¬ Então fala! Desembucha!

— É que o papai e a mamãe querem muito te conhecer, ganhar tua confiança!

¬¬ Então vamos ensaiar as perguntas que nós já combinamos de fazer para quando nós formos apresentados ao pais de um ou do outro, o que acontecer primeiro.

............... E o Bernardito leu em voz alta os requisitos para aceitação dos pais dele ou, igualmente, dos pais dela:

“Eles trabalham em quê?” / “Estudam?” / “Bebem também?” / “O que pretendem com a nossa vida de casal?” / “Eles irão querer saber de quem sou filho(a)?” / “Eles sabem que eu preciso de apoio financeiro para completar três faculdades em Ciências Humanas até os 40 anos de idade?” / “Torcem para qual time?” / “Eles estão em condições de criar algum neto acidental?” / “Eles terão preconceito quando souberem ‘daquele’ meu vício?” / “Nenhum dos dois é da Polícia, não, né?”

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Da coleção zezediozoniana: “Filho é aquele que sogro ou sogra adotar.”