Papa de pão e tomate

Bom tempo esses dias frios para comer papa ao pomodoro.

Legítima italiana, Rita Pavone, comia e ainda cantava Viva la pappa col pomodoro.

Nunca teve papas na língua e se lhe dessem um martelo fazia um estrago geral tempos atrás.

Esse negócio de ter papas na língua é mesmo uma falácia.

Porque o papa Francisco é e não tem.

Disse recentemente que no Vaticano havia certo ar de bichice.

Disse mais de uma vez, então deve haver mesmo.

Mas qual o problema? Com tanto padre usando saia, é claro que alguém ia acabar saindo de moda, trocando hóstia por rosca.

A moda vive de tendências.

E certamente no Vaticano, apesar das regras rígidas da Igreja, tem tendência pra tudo.

Inclusive saias, blusas, véus etc. para as freiras e outras irmãzinhas.

Se bem que os religiosos de fato não usem exatamente saias, mas batinas.

Se usassem kilts seriam escoceses e protestantes e não italianos e católicos.

Debaixo de um kilt ou de uma saia a gente sempre sabe o que tem.

Debaixo de uma batina é muito difícil adivinhar, somente imaginar.

Dá para guardar muita coisa ali: ovos, charutos, salames, salsichas e outras coisas de duplo sentido.

Falando em duplo, houve uma vez mais de um verão, inverno, primavera e outono em que tivemos dois papas.

Fernando Meirelles, diretor de Cidade de Deus, até fez um filme sobre eles.

É bom lembrar que Cidade de Deus não é o Vaticano, e está mais para um lugar infernal, não divino.

No Vaticano conviveram Francisco, o argentino, e Bento XVI, o alemão.

Falavam italiano mas não falavam a mesma língua.

Bento XVI era branco por fora e por dentro.

Francisco, por dentro, é vermelho feito pomodoro e abençoa comunistas e demagogos.

Falando de papas, mesmo não falando italiano, é possível ir a Roma.

Rômulo e Remo, o Coliseu, também o Vaticano e o papa ficam todos em Roma.

E quem tem boca vai a Roma, diz o ditado.

Mas só a boca não basta, é preciso ter muitos euros para ir lá.

O real não está valendo nada, não dá para viajar muito pra zona do euro, Europa.

Zona na economia daqui é o que provoca toda hora o amigo brasileiro do papa.

Sempre que abre a boca acaba espalhando perdigotos nos ouvintes e merda no ventilador: o real passa a valer menos ainda.

Melhor então é ir para Aparecida mesmo: é bem mais perto e barato.

Lá tem o segundo maior santuário católico do mundo.

Tão grande quanto seu nome: Basílica de Nossa Senhora Conceição de Aparecida.

Só que lá não tem papa ao pomodoro nem Rita Pavone.