Ele não morreu graças à tabuada de dividir

Emboscado por aquele aluno “de menor” que provavelmente tinha de altura quase “um metro e noventa”, o professor começou a rezar encomendando a alma e pensando nos seus filhos que ficariam órfãos.

E mesmo assim não se arrependeu de ter aplicado a merecida nota baixa no exame daquele aluno que diante de si agora estava em vias de executar a ameaça. Sim, morreria com a consciência de quem cumpriu o dever de dar uma nota merecida a qualquer estudante sem temer retaliação.

Agora o professor que estavas prestes a ser duramente espancado (e provavelmente morreria sem apelo) calculava usando a matemática (que tão bem ensinava) para entender quais seriam suas chances... e estava concluindo que eram perto zero. E ele pensou rapidamente na história bíblica do jovem Davi enfrentando Golias. O milagre não se repetiria em sua vida. E olhou para trás, sabendo que aquele beco havia sido muito bem escolhido pelo aluno violento ali na sua frente, provavelmente tomado por alguma droga que o deixava ainda mais irracional aos berros.

Nesse meio tempo, o professor olhou para trás e percebeu que um outro aluno apareceu rapidamente num dos lados do beco. Mas, apesar de ter reconhecido de quem se tratava aquela aparição, notou que não poderia obter ajuda do rapazinho porque se tratava do mais baixinho da turma e também muito acanhado na hora da aula. E assim mesmo, a figura deu a volta e sumiu demonstrando medo do que via.

Mas o destino não quis deixar que o professor morresse ali.

O agressor já tinha acabado de suspender o corpo do professor e soltava palavrões enquanto dizia que iria partir o professor a meio. Sim, a pobre vítima entendeu que iria ter sua espinha dorsal partida ao meio no momento em que seu corpo descesse e se chocasse contra o joelho do animal que antes havia sido seu aluno na aula de matemática.

Mas, de repente, uma pancada ecoou naquele beco. E o barulho vinha das costas do agressor.

O professor foi sendo largado lentamente e seu corpo deslizou vagarosamente, com tempo suficiente para que ele sentisse que escorregava das mãos do agressor e assim conseguisse firmar-se sobre os pés ao tocar o chão.

O professor acabava de ser salvo pelo aluno baixinho e tímido que simplesmente não havia fugido como ele havia pensado, mas tinha dado a volta pelo outro lado do beco e apareceu sutilmente pelas costas do gigante agressor.

Mais tarde a polícia levou o bandido grandalhão para o hospital, gemendo sem conseguir falar.

O diagnóstico do atendimento de emergência hospitalar revelou que a tábua com que ele foi acertado nas costas tinha sido forte o suficiente para dividir sua coluna vertebral ao meio. Ele talvez nunca mais voltasse a andar.

Sim, realmente, o professor foi salvo pelo aluno baixinho que demonstrou habilidade com a “tabuada de dividir”.

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https://azup.com.br/tabuada-de-divisao/

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Da coleção zezediozoniana: “A tabuada é coisa séria”