BODAS DE OURO
Severo após beber algumas cervejas na companhia dos amigos vai para casa, já um pouco alto. Na verdade ele estava comemorando 50 anos de casamento com a dona Rita. Uma união perfeita e de muita harmonia.
Em casa após um demorado banho, Severo vai para o quarto e deita-se junto da esposa:
- Severo, meu velho o que você quer ganhar de presente? Afinal amanhã é uma data especial. São 50 anos de vida em comum!
- Eu sei minha velha. São 50 anos de felicidade. Mas o maior presente seria você me deixar ver o que tem dentro daquela caixinha que você guarda trancada, no fundo da sua gaveta, e que em todos esses anos você nunca quis me revelar o conteúdo!
- Não Severo. A caixinha não.
- Mas por quê? Não entendo tanto segredo. – disse Severo rudemente.
- Já disse meu velho, a caixinha não.
Ele tanto pediu que a dona Rita acabou concordando em abrir. Dentro da caixinha, o seu Severo encontra três grãos de milho e cinqüenta mil reais.
- O que significa isso, Rita? Que dinheiro é esse?
- Esse aí é o meu segredo, Severo. Cada vez que eu fui infiel a você, eu coloquei um grão de milho na caixinha.
A notícia deixa Severo muito magoado e aborrecido. Ele não podia suportar a idéia de ter sido traído, ainda mais sabendo da história na véspera de uma comemoração tão importante. Mas, aos poucos, ele foi ponderando: Afinal, quem insistiu para que se revelasse o segredo foi ele. E depois, há de convir, três traições em cinqüenta anos, até que não é muita coisa. Ele próprio tinha sido infiel algumas vezes. . .
Depois de horas amuado, Severo resolve quebrar o silêncio, senta-se na cama e pergunta:
- Tudo bem Rita, mas, e os cinqüenta mil reais? Como você arranjou?
- Bom. . . Cada vez que eu enchia a caixinha, eu vendia o milho. . .