Seremos todos?
Há muito tempo o escritor e jornalista H. L. Mencken (1880-1956) escreveu que “Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive.” Mas nossos eleitores, pelas escolhas que têm feito ultimamente, parecem mesmo não ter muita vergonha na cara.
Nosso ex-presidente está inelegível por oito anos por conta de seus crimes.
O atual, descondenado pelo STF e persona non grata em Israel, além do péssimo governo que faz, juntou-se ao que há de pior na diplomacia mundial: Irã, Rússia, Nicarágua, Venezuela, Cuba. A segurança pública é uma catástrofe sem precedentes.
O STF tem sua pior composição de ministros de todos os tempos. Mas não para a fina flor da malandragem, que o julga o mais apto poder para inocentar corruptos e bandidos.
No Legislativo salvam-se pouquíssimos senadores e deputados, pois a maioria está mais preocupada em enriquecer às custas da população do que em resolver os problemas que ela enfrenta há tempos.
Os poderes estão podres: viver no Brasil hoje em dia, como "nunca antes na história deste país", está uma droga.
Seria então por isso que a entrevista do jurista Walter Maierovitch, ex-desembargador do TJ-SP, para o Estadão nesta semana ganhou a seguinte manchete: “O Brasil tem tudo para se transformar num narcoestado”? Quem sabe...
Ele falou especificamente sobre o avanço do crime organizado ligado ao tráfico de entorpecentes em alguns setores da vida nacional. Como nossas autoridades parecem estar pouco ligando para isso, como tem muita gente graúda passando pano para a bandidagem ou compactuando com ela, dá para desconfiar que a coisa está andando mais rápido do que parece.
Se o Brasil virar um narcoestado no futuro, seremos todos narcocidadãos?
Vai ser chique pra carai, não vai?