Quem era o pai do filho de Debra?

Sempre diante do avô materno, que estava em visita de férias, o Zezé incomodou a mãe durante vários dias seguidos.

Enquanto a pergunta era feita, deixando a Mamãe embaraçada, o vovô do menino (pai dela) mantinha silêncio. A mãe olhava para o SEU velho pai e ele somente arqueava as sobrancelhas porque morria de curiosidade também – por igualmente desconhecer quem seria o genro que nunca se apresentou para assumir a responsabilidade.

Dia 1, o Zezé perguntou – “Mamãe, eu sou filho de quem?”

A mãe respondeu com outra pergunta, enquanto encarava o avô materno do menino:

— “Mas, com quem você andou conversando, Zezé?”

— “Não posso dizer.” – respondeu o Zezé.

A mãe então afirmou que estava muito ocupada naquele momento e assim não voltaram mais ao assunto naquele dia.

Dia 2

— “ Mamãe, o meu pai é daqui da cidade?”

— “Mas, com quem você andou conversando, Zezé? Você é muito criança. Com quem andou conversando?” – E ela olhava para o velho, que arqueava as sobrancelhas em silêncio.

— “Com quem conversei? Não posso dizer, minha mãezinha.”

E o Zezé foi brincar. E não voltaram mais ao assunto naquele dia.

Dia 3

— “Mamãe, o meu pai trabalha em quê? Ele é político?”

— “Mas, que boato horrível foi esse que você escutou, Zezé? Quem andou induzindo você a um pensamento desse? Diga! Com quem andou conversando, menino!”

— “Não posso dizer.” – respondeu o Zezé.

A mãe afirmou outra vez que estava muito ocupada naquele momento e assim não voltaram mais ao assunto naquele dia.

Dia 4

— “Mamãe! A minha professora disse que conhece a senhora desde criança e que o meu pai só pode ser um médico ou um jornalista daqui da cidade.”

Antes que a mãe digerisse aquela informação que lançaria suspeita sobre a professora ser uma fofoqueira, o avô materno foi quem respondeu dessa vez, enquanto olhava para aquela jovem mãe solteira:

— “Claro que seu pai é o jornalista, meu querido Zezé!” (Essa foi a fala do vovô.)

A mamãe, tomada de surpresa, encarou o próprio pai sem que pudesse negar aquela afirmação tão exata. Ela então respondeu:

— “Mas, meu pai, jamais me passou pela cabeça que o senhor sabia quem é o pai do Zezé!”

O velho então surpreendeu mais uma vez. Eis a resposta dele:

— “Eu descobri agora (neste momento), mas NÃO foi pela sua fisionomia, minha filha! Você finge muito bem. Mas é que eu nunca vi o Zezé brincar de receitar e auscultar pessoas como faria se puxasse as características que indicariam ser filho de médico. Mas desde o começo das perguntas ele tentou guardar sigilo da fonte, não revelando a pessoa com quem ele se aconselhava. Um verdadeiro jornalista! Médico NÃO era... o pai dele. Era jornalista. Acertei?”

Enquanto a mãe baixava a cabeça, sem mais poder esconder a verdade, o Zezé saiu correndo feliz com seu bloquinho de notas onde havia feito umas anotações que só ele podia decifrar. No dia seguinte, a professora ficaria entendendo como ela própria TAMBÉM poderia ser uma jornalista.

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Da coleção zezediozoniana: “Quem contou essa foi o Tex”