PIPOCANDO...
A pipoca é o grão de milho rebentado ao calor do fogo, mas ao longo da vida de um pai de familia moderno, sobretudo no dia a dia do mundo cibernetico em que vivemos, quando ao tentar tomar algumas decisões severas no tocante ao controle dos conteúdos da Internet como um todo, que seu seu filho adolescente poderá ter acesso, ele tende a fazer papel de um pai pipoqueiro, geralmente por lhe faltar o devido conhecimento de como proceder de forma eficaz para proteger seus pimpolhos dos perigos que a Internet representa dentro e fora da escola.
De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, o termo pipocar no linguajar do mundo futebolístico siginifica mostrar-se receoso. Recorrendo ao Dicionário Houaiss, ainda dentro do contexto do linguajar futebolístico, o termo pipocar é o mesmo que demonstrar medo, principalmente de disputar uma jogada, de chutar ao gol com determinação, sem aquele receio de ser bloqueado de forma violenta pelo atleta de defesa do time adversário.
Grosso modo, é preciso que o pai de família, pipoqueiro ou não, que tentar ser atuante neste mundo moderno, crie uma comunicação efetiva sobre o tema; estabeleça regras claras sobre o uso da tecnologia como um todo; acompanhe de perto a rotina virtual dos seus filhos adolescentes; procure dar exemplos de bons hábitos digitais e, por fim, converse com eles sobre responsabilidade financeira no mundo digital.
Atualmente, no nosso país, quando o assunto é tomar alguma atitude um tanto quanto severa no âmbito da criação e educação de uma prole, o que mais se observa é um crescimento acentuado de pais de família pipoqueiros. Quiçá, por precaução e algumas vezes por terem receio do alcance imediato dos rigores de leis que protegem as crianças e os adolescentes, a exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esses patriarcas se retraiam e acabem deixando de agir como fizeram alguns de seus antepassados em situações que procuravam evitar que seu controle patriarcal descambasse, mesmo quando ainda eram detentores de parcos conhecimentos sobre muitos assuntos relacionados à criação de seus filhos.
Na maioria das vezes esses patriarcas modernos esquecem que a virtude da lei é esta: imperar, proibir, punir, permitir. Entretanto, onde está a ação preventiva desses pais de família modernos, antes de correrem o risco de serem apanhados de "calças curtas" pelos tentáculos invisíveis, mas por certo efetivos e implacáveis dos guardiões dos Conselhos Tutelares deste país?
É sabido que a missão dos Conselhos Tutelares é denunciar situações de suspeita ou confirmação de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, a exemplo de violência sexual (abuso ou exploração sexual), violência física e abandono, entre outros, mas o que está sendo feito no momento, em termos de prevenção contra os perigos cibernéticos, evitando, destarte, que algo "estranho" aconteça? Jamais irei imaginar que eles possam ser considerados eventuais "pipoqueiros legais", tais quais uma boa parte dos pais de família modernos... Longe disso...