Aniversário

Hoje, mais uma primavera de janeiro te saúda, feliz aniversário! E eu nem mais para observar a hipocrisia dos retratos adversários

Pensei bem no que deveria te dar, neste dia

Não sei o que está à altura da tua ironia

Eu vou armar uma festa

Terás até vela

Depois baixinho chorar

Trancada na minha cela, irei cantar

Cantarolarei como uma espanhola:

“Sapo verde es tú!”

O que te darei de presente?

Pergunto-me clemente

Vou cuspir no bolo e comer no mesmo prato

A ti prepararei um conchavo?

Amargar-me por tua indiferença não é mais possível

Ela já se tornou digerível

Desde a infância, tua frieza capricorniana me convive:

mais de uma década – inacreditável!

Não há nada insuportável!

Por tua ausência o salgado ficará azedo

O brigadeiro terá gosto de desprezo

A despeito de que meu amor por ti é inevitável

A minha espera por tua afeição é incansável

Tantos anos se passaram e me veio à realidade

Não nos conhecemos de verdade

Mas o laço sanguíneo é inalienável

Herança inviolável

Aguardo o dia de uma percepção legítima

De uma conversa amiga

Imagino que estarás tocando Chopin em teu piano

A valsa Brilhante nos prestigiando

Ah... Toma! Pega de uma vez o teu presente:

Este aglomerado de versos inconseqüentes!

Cantarolarei como uma espanhola:

“Sapo verde es tú!”

Luana Zenaide
Enviado por Luana Zenaide em 07/02/2024
Código do texto: T7994050
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