Era uma vez...
Era uma vez um sujeito tão justo, justíssimo, que quando falavam dele era impossível não se lembrar de alguns de nossos supremos ministros, orgulhos da justiça nacional.
Ele acreditava que era melhor um corrupto solto do que dois ou mais encarcerados num presídio, dando despesas imensas para a nação. O que reduziria bastante o montante de dinheiro que iria para os penduricalhos do Judiciário, poder do qual ele fazia parte.
Agora não mais. Porque havia sido aposentado compulsoriamente aos quarenta e cinco anos, por ter cometido crimes e fora condenado judicialmente.
Vendia sentenças judiciais abaixo do preço cobrado pelos demais colegas que, por concorrência desleal, o denunciaram ao ministério público.
Assim, fez-se justiça mais uma vez.
Ela tarda, mas não falha.
Principalmente quando é para absolver ou premiar corruptos.