No caminho com ...
No primeiro dia vieram e levaram meu salário, dizendo que eu era rico e tinha que reparti-lo com os sem-salário. E eu não fiz nada.
No segundo dia vieram e levaram meu automóvel dizendo que eu era rico e tinha que reparti-lo com os sem-automóvel. E eu não fiz nada.
No terceiro dia vieram e levaram minhas camas dizendo que eu era rico e tinha que reparti-las com os sem-cama. E eu não fiz nada.
No quarto dia vieram e levaram minha TV dizendo que eu era rico e tinha que reparti-la os sem-TV. E eu não fiz nada.
No quinto dia vieram e levaram minha geladeira dizendo que eu era rico e tinha que reparti-la com os sem-geladeira. E eu não fiz nada.
No sexto dia vieram buscar meu tablet e como eu não tinha tablet levaram meu som dizendo que eu era rico tinha que reparti-lo com os sem-som. E eu não fiz nada.
No sexto dia vieram e me tomaram minha casa, dizendo que eu era rico e tinha que reparti-la com os sem-teto. E eu não fiz nada.
Sem dinheiro e sem casa fui morar na rua. Pedi ajuda para meus amigos e eles não puderam me ajudar porque tiveram que repartir suas empresas ou salários com os pobres e não fizeram nada.
Pedi ajuda ao governo e eles alegaram que eu era rico e não encaixava nos programas de ajuda. Mas poderia me inscrever no PRONATEC.
Consegui uma bolsa e no dia seguinte eles cortaram o pagamento alegando falta de recursos. E disseram que teriam que aumentar os impostos para continuar a ajudar os pobres.
Quando eu disse que não podia pagar impostos, porque não tinha mais nada, eles se escandalizaram e me perguntaram como era possível que um cidadão da minha idade não tivesse conseguido rendimento e bens suficientes para dar dignidade à minha família?
Eu senti vergonha. E eles me tomaram-na e disseram que eu tinha reparti-la com os sem-vergonha.