Reque ... reque!

(Anedotas)

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Se não for pra dormir com o som dos punhos da rede, eu nem deito. Sim..., “som”. Tem gente que chama de “reque... reque”. Eu, hein! Que falta de sensibilidade musical, não vou nem falar da falta de imaginação. Se essas pessoas soubessem que ali, naquele vai e vem, o que sai do armador e do punho da rede é a voz da paz; sim... muita paz, o que não se pode confundir com barulho cortando o silêncio. Não... não, não.

 

É, amigo. Muitas vezes aquela “vozinha” traz a solução para um problema seu. - Veja bem, em alguns casos a pessoa vai deitar com uma dúvida sobre alguma coisa, ou certa intranquilidade; então você se acomoda, deita na rede e puxa aquele cordãozinho mágico de embalar a rede; com a mão ou com o pé, não importa; logo na primeira “demão” como dizem os pedreiros, a puxada é forte e a rede embala legal, lá em cima ... vai e vem, aí você relaxa. É quando começa a sonoridade dos punhos.

 

D’um lado um diz: - Foi o Zé... o outro responde: - Foi, não. – Foi o Zé ... Foi não. – Foi o Zé ... Foi não. – Foi o Zé ... Foi não. E a rede embalando..., você dá mais uma puxada no cordão e eles continuam: – Foi o Zé ... Foi não. – Foi o Zé ... Foi não. Pronto! Daqui há pouco você só escuta uma vozinha bem longe ... pois, é. – pois, não. ... pois, é. – pois, não. ... pois, é. – pois, não. – Te fo.. , - eu, não. – Te fo.. , - eu, não.

 

Aí meu amigo, o final disso. Também pouco importa, é o momento que você já está roncando de fato. Né, não?! – Ora... me deixe dormir, rapaz.

 

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Antônio Souza

(Escritor/Poeta)

 

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