Espinhos do ofício

Conta-se que em um posto fiscal de divisa estadual com travessia de balsa sobre um rio, havia um fiscal novato louco para mostrar serviço.

Noite de lua cheia, ao longe do outro lado do rio, vem um caminhão que se posiciona para pegar a balsa, o novato estranhou, pois neste horário o balseiro não está mais a postos. Pensou: O cara já está guardando lugar para manhã. Enganou-se, logo após ouviu o motor da balsa, ela desatracando e singrando as águas prateadas pelo reflexo da lua. Bom, vamos ter que trabalhar mais um pouquinho hoje. Procurou pelos colegas que estavam conversando a instantes ali e não os encontrou, procurou pelo chapas, também não. Policial, estava tomando banho. Sobrou só para mim, pensou. Aguardou a balsa atracar e se muniu de um furador de sacos para verificar o conteúdo do caminhão. A balsa atracou:

- Boa noite! Amigo. Disse ao Caminhoneiro,

- Noite-, respondeu monossilabicamente.

- O senhor me vê a nota fiscal, por favor.

O caminhoneiro com muita má vontade, procurou uma nota fiscal no quebra sol do caminhão e entregou para o fiscal, imberbe ainda.

O fiscal olhou a nota que estava discriminada 200 sacos de feijão. Estranhou, pois o cheiro indicava outra coisa, sacou do furador de sacos, concomitantemente, o motorista desceu do caminhão e se aproximou dele. Espetou o saco mais próximo e deixou os grãos escorrerem para a mão, acendeu uma lanterna e confirmou suas suspeitas: Era café. Quando sem saber da onde sentiu um cano de um 45 mexendo os grãos na sua mão.

E o enorme caminhoneiro:

- Aí amiguinho! É ou não é feijão?

No que respondeu de pronto:

- É ... carioquinha dos bão. Boa viagem pro Senhor...

História que já faz parte do folclore da fiscalização, é contada por inúmeros fiscais como se o fato fosse ocorrido com um deles, pode ter sido publicado em um livro de colega que conta histórias da fiscalização .

Defranco
Enviado por Defranco em 28/12/2007
Reeditado em 12/09/2013
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