ao urologista

Chegou na idade do dedo do médico

É quando o velho vai praquele exame

Não sabe, vai doer? ou será só vergonha

Tem veio que esperneia, dá só vexame

E vai quase amarrado, mas vai

E vai, e vai, mesmo que alto reclame

Quando chega calado no consultório,

Ele faz de conta que não é para ele

Disfarça, assobia, olha ao redor

Disfarça, que não será no dele

Tá ali só de visita, pra ver como é

Mas de nervoso, sumiu a cor da pele

E ele, ali contando os entrantes

naquela sua primeira experiência

Entraram três, chegando a vez

Nunca pensou nisso em sua existência

será que o médico é bonzinho?

Ou lhe oferecerei resistência?

e chega a hora definitiva, tem que ir

os outros, no corredor, olhar de riso,

ele, tremendo, parece vara verde

e pensa, será que disso preciso

e entra no consultório, o médico

na cara com estranho sorriso

imagina, o que ele tem na cabeça?

com esse risinho malicioso pra mim

eu matuto veio, o que ele vai fazer?

tire a cueca e calça, foi direto, assim

e lá vou eu, pelado e desprotegido

e vi aquele dedão, agora deu ruim

O médico, com seu dedão em riste

Lambuza o dedão com uma pomada

E eu, o que ele vai fazer com isso?

Nessa hora, melhor pensar em nada

E relaxar, conforme ele até pediu

Ih, senti, uma ligeira dorzinha safada

Não, reclamei, mas o médico, insistente

Acho, perdeu alguma coisa e bolinava

Mexia pra cima, pra baixo, pro lado

E nunca o que queria encontrava

Isso passou uns dez minutos, suei

Eu, mandava pro meu bichinho, trava

E o médico, cheio de paciência, pedia

Relaxe, vamos partir par terminar

E, sem saber se queria o encerramento

Passei pensar diferente, até a admirar

Aquele medico, robusto, jovem forte

Que me levou, pasmem, daquilo gostar

sonetosamadores
Enviado por sonetosamadores em 17/09/2023
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