Que clubes do Campeonato Brasileiro têm "respaldo bíblico"?

**FUTEBOL E RESPALDO BÍBLICO**

[Um texto que postei em alguns fóruns de debates religiosos]:

Pois é, amigos, um participante num fórum de debates cristãos por aí nos ofereceu uma série muito boa sobre Hermenêutica, com instruções quanto à devida análise do texto bíblico. Nada como pôr logo em prática esses importantes ensinamentos.

Bem, fiz minha tentativa numa análise inédita, acredito, em que procuro aplicar esses princípios de interpretação bíblica ao futebol brasileiro! Será que funciona?

Pois é, vejam o estudo abaixo em que demonstro que os clubes paulistas que disputam o Campeonato Brasileiro têm, em geral, mais fundamentação bíblica do que os times de outros estados. Confiram se apliquei devidamente os princípios de Hermenêutica expostos pelo Norberto:

Bem, o negócio é o seguinte: Um exame detido dos times de futebol que disputam o Campeonato Brasileiro revela que os clubes paulistas contam com muito mais respaldo bíblico do que os de outros estados. Senão vejamos:

*Santos*--Há abundância de textos na Bíblia trazendo o nome desse tradicional clube, que teve outrora Pelé como seu grande ídolo (esta palavra também é bíblica. . .). Eis alguns textos que confirmam o respaldo bíblico da equipe santista, apelidado de “peixe”, um termo também que se encontra nas Escrituras: Deut. 33:2; Jó 5:1; 2 Cor. 1:1; Gen. 1:26, 28; Isa. 19:10, etc.

*São Paulo* -- “O mais querido”, como é natural, representa um dos principais santos da Bíblia, autor de 13 ou 14 epístolas. Conta com muitos relatos e exposições didáticas do teor da soteriologia bíblica. Numa das epístolas de São Paulo até lemos uma predição interessante a respeito dos que “correm no estádio” (1 Cor. 9:24). De fato, o clube do Morumbi tem um dos maiores estádios particulares do mundo.

*Corinthians*: Como o time da famosa “fiel” haveria de faltar nesta relação? Afinal, é o meu favorito, e como autor deste estudo tenho o direito de “puxar a sardinha para a minha brasa” como diz aquela conhecida passagem não-bíblica. . . Sobre a própria “fiel” (torcida), podem-se encontrar várias referências, tanto no Velho quanto no Novo Testamento: Núm. 12:7; Nee. 7:2; Tito 3:8; Apoc. 2:10.

Bem, algum torcedor de outro clube poderá despeitadamente protestar--“mas na minha Bíblia diz ‘Coríntios’, e não ‘Corinthians’”. Ora, de onde procede o futebol? Não é da Inglaterra? Então faz todo sentido citar o nome inglês do time, pois quando se tem alguma dúvida na Bíblia, não é à língua original que se há de recorrer? E vejam que há duas epístolas, e das mais longas na Escritura, que nas Bíblias em inglês trazem o mesmo nome do famoso clube. Isso explica a grande torcida que o time tem, tanto no estado de São Paulo quanto fora. Portanto, a reivindicação de fundamentação bíblica é inteiramente justificada para a tradicional agremiação do Parque São Jorge (ops, este não está na Bíblia).

*Palmeiras*: Sobre esse time há várias passagens de respaldo no Velho Testamento mas poucas no Novo (Êxo. 15:27; Lev. 23:40; Deut. 34:3; 1 Reis 6:29, 32, 35; João 12:13). Então, conquanto sem muito respaldo neotestamentário, fica valendo. . .

Quanto a Portuguesa, Ferroviária, Guarani, São Caetano, me desculpem, mas tais times paulistas não contam com base bíblica nenhuma. E noutros estados também não se vê clubes assim ancorados--Atlético, Cruzeiro, Fluminense, Vasco da Gama, Grêmio, Internacional, Paraná, Flamengo. . . nada, nada.

Ah, sim, no Rio de Janeiro há o Botafogo, que quase têm algo na Bíblia a seu respeito. O mais próximo de Botafogo, porém, é o que lemos em Lucas 12:49 a respeito de “lançar fogo sobre a terra”. Não deixa de ser uma referência a “botar fogo”, mas muito indireta para aplicar-se ao time carioca. . .

Oh, ia me esquecendo: Existe o Vitória da Bahia. Este encontra algumas referências bíblicas a fundamentar-lhe: 2 Sam. 23:10, 12; Sal. 98:1; Mat. 12:20; 1 Cor. 15:54; Apoc. 15:2.

Nestas alturas gostaria de lembrar um episódio no campo futebolístico que certamente ilustra bem uma advertência bíblica. Era a final de um torneio da Taça Libertadores da América. O Palmeiras disputava com o Boca Juniors, da Argentina, a finalíssima. E levava vantagem pois um empate apenas lhe daria o título, além de estar jogando no seu próprio campo.

A torcida palmeirense lotava o estádio com grandes cartazes exaltando as virtudes de seu goleiro Marcos. Mas o que diziam alguns desses cartazes chegava a ser blasfemo: “Deus é 10; Marcos, 20”. Bem, Paulo declara em Gálatas 6:7: “não vos enganeis; de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”.

O fato é que a confiança irrestrita dos torcedores alviverdes no seu goleiro se desfez em névoa com a perda do título pelos palmeirenses quando um de seus jogadores teve a mesma amarga experiência do italiano Roberto Baggio na finalíssima da Copa do Mundo de 94. Chutando para fora a cobrança de um dos penais o time portenho levou a taça.

Os corintianos, certamente, vibraram e repetiam as palavras do Salmo 70, vs. 3: “Bem-feito! Bem-feito!”, logicamente esquecendo também o contexto como tantos fazem ao apresentar certos estudos bíblicos.

**Moral da história**:

Apesar do tom jocoso, há lições a extrair do texto acima, uma delas possivelmente seja a de que “um texto fora do contexto, não passa de um pretexto”. Afinal, não é exatamente este um dos graves defeitos de certos exegetas bíblicos, que criam teorias ou negam fatos bíblicos utilizando-se de textos e mais textos sem considerar o seu contexto histórico, literário, estilístico, ou a sua moldura contextual imediata e mais ampla?

Espero ter contribuído para alguma instrução ou, pelo menos, para divertir um pouco os amigos participantes deste Fórum. Afinal tratamos aqui de tantos assuntos sérios, às vezes em áridos e infindáveis debates, então julguei que, para variar, dar um certo toque bem-humorado não faria mal. Afinal, ninguém é de ferro. . .