Influenciador analógico

Influenciador analógico

Félix Maier

Na era digital, com seus brilhos e encantos,

Há um sujeito que se mantém nos antigos cantos,

Um ser que se recusa a ser influenciador,

A dançar e fazer caretas com olhar superior.

Não se importa com likes, nem com aplausos virtuais,

Pois vive a vida de forma simples, sem artifícios banais.

Não precisa de Uber, tem seu taxista de confiança,

Um amigo fiel, de histórias e risadas, uma boa lembrança.

Não pede comida pelo iFood, nem faz compras online.

Prefere fazer sua própria janta, com tempero caseiro e tino,

Ou comer no boteco da esquina, com amigos e calor humano,

Conversando, rindo, brindando, sem olhar para a tela de um plano.

Nas lojas da calçada, encontra o que precisa,

Sem necessitar de Amazon, Shopee ou qualquer outra brisa.

Gosta de ver gente, conversar com gente, ser gente,

De apreciar as diferenças, ouvir histórias, olhar no olho presente.

Quando vai a um restaurante com amigos em companhia,

Não fica absorto na tela do celular, em total descortesia.

Prefere ouvir as lorotas, os comentários, as histórias contadas,

Com respeito aos colegas, sem perder o brilho das risadas.

Para ele, a vida é real, é concreta, é palpável.

Não se deixa levar pela efemeridade do virtual, é inabalável.

Valoriza a essência, a autenticidade, o calor do olhar

E mantém-se fiel à sua forma de viver, sem se deixar influenciar.

Ainda que o mundo com seus botões e cliques siga digital,

O influenciador analógico encontra nas cartas seu caminho.

Em tinta no papel, currente calamo, mais do que um toque virtual,

É um canto à amada que viaja nas mãos do carteiro com carinho.

Enquanto muitos buscam a fama virtual e o status online,

Ele segue firme em sua autenticidade, em seu caminhar offline.

Um influenciador analógico, na contramão da era digital,

Que vive com simplicidade, realidade e beleza natural.