O Ogro de Nove Dedos
O Ogro de Nove Dedos
Félix Maier
O Ogro de Nove Dedos, que figura nefasta!
Com nariz de carcará e boca de esgoto que assusta,
Orelhas de duende, olhos de dragão flamejante,
Com faces de seixos ardentes, um ser repugnante.
Com voz cavernosa, catarrenta, som insosso
como um embriagado do Bar do Cuspe Grosso.
Pernas como faca de degolar frangos, afiado,
Pés rápidos de Boitatá, mais que o diabo.
Cabelos ralos como grama na seca, um Quasímodo
De fisionomia medonha, que assusta crianças no sono.
Boneco preferido de Judas na Sexta-Feira Santa,
Mentiras descaradas, sua virtude, a mais insana.
Com falta do mindinho e falta de caráter,
Como Macunaíma, um sádico, um maldito ser.
Destruiu o Brasil, vem com “União e Reconstrução”.
Prometeu paz, mas só clama por vingança, o bufão.
Ente estravagante, querido do Supremo na corte,
Ameaça foder senador, soltando pelas ventas enxofre.
Ogro de Nove Dedos, ser detestável,
Que causa repúdio e temor por ser intocável.
Um ser tenebroso, como Belzebu em pessoa,
Rato que pariu uma montanha, farsa impiedosa.
O Ogro de Nove Dedos, uma figura infame,
Que causa repulsa, desprezo e ódio brame.
Mas a fé continua, contra suas artimanhas corruptas,
O povo não se curva perante suas ameaças abjetas.
E o Brasil se libertará dessa sombra, a dissipar,
Pois seu reinado destrutivo um dia há de findar.