O BEIJO
Ronaldo José de Almeida
Oscarlindo estava casado com Meirice há cinco anos, viviam bem, porém o rapaz tinha crises de ciúmes terríveis.
Meirice, devido à sua grande beleza, provocava olhares de admiração e comentários dos colegas e amigos, assim como das pessoas, quando passava ou adentrava algum lugar.
Oscarlindo estava desconfiado da fidelidade de sua esposa, não havia nada que justificasse a sua desconfiança, porém o marido tinha certeza que estava sendo traído.
Para certificar-se da traição da esposa, o rapaz armou-se de uma pistola alemã de treze tiros, e acomodou-se atrás de uma árvore na esquina do colégio onde a moça, à noite estudava, e ali permaneceu até o final do turno escolar.
Do local onde estava, Oscarlindo tinha uma visão panorâmica do portão do colégio, podendo ver com facilidade quem entrava e saía da escola.
Assim que ouviu a sirene do colégio anunciar o final das aulas, o rapaz notou o coração disparar, pois tinha certeza de que sua mulher iria se encontrar com um homem e estava disposto a matá-la ali mesmo, na frente dos colegas e professores. Para tanto, a arma já estava engatilhada.
Assim que Meirice saiu do colégio, Oscarlindo sorriu aliviado, sua esposa conversava animadamente com Suzana, vizinha e funcionária da escola.
Bastante alegre e confortado e até um pouco envergonhado com o papelão que havia feito, o rapaz foi embora, entrou no carro, ligou o som bem alto e seguiu em frente.
O mesmo aconteceu com Meirice e Suzana que seguiram conversando, porém pararam numa pracinha escura e despediram-se com um ardente beijo na boca e juras de amor.