JEGUE, O DOUTO IGNORANTE
“No Dia Internacional do Burro”
Vai, ó calmo Jegue, vai
Não te deixes humilhar,
Usa a força que de ti sai
Pra que te possam respeitar.
Há tanto “jegue” por aí,
Sem conta, peso e medida,
Todos fazem pouco de ti
Dizendo o pior da tua vida.
Dizem que és ignorante
E que abusas da teimosia,
Acredito qu´ és ser pensante
E qu´ tens farta sabedoria…
A palha é o teu alimento
E não t´ importas de estar só
Mas também és ciumento
E adoras o pão-de-ló…
Nunca rejeitas o trabalho,
Seja fácil, ou seja, duro,
Odeias ouvir um ralho
Pois és obediente e seguro.
Ninguém gosta de ser jegue,
Por prazer ou por vaidade:
Têm raiva de quem os segue
Nem que não seja verdade.
Tu, porém, nunca te importas,
Tocas tua vida adiante,
Não contestas nem exortas
Fingindo qu´ és ignorante.
“É Jegue, é Jegue, sabe-as todas”,
Proclama alguém com despeito,
Tu, porém, não vais em modas
Mereces, pois, o meu respeito.
Trabalhos chatos são para ti,
Ninguém se esforça tanto, tanto,
Tens paciência, como nunca vi,
Mais que tu só mesmo um Santo.
No “Dia Internacional do Burro”
Refletir será mais valia
Se o não fora cheiraria a esturro
Pela falta de sabedoria!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM