JEGUE, O DOUTO IGNORANTE

“No Dia Internacional do Burro”

Vai, ó calmo Jegue, vai

Não te deixes humilhar,

Usa a força que de ti sai

Pra que te possam respeitar.

Há tanto “jegue” por aí,

Sem conta, peso e medida,

Todos fazem pouco de ti

Dizendo o pior da tua vida.

Dizem que és ignorante

E que abusas da teimosia,

Acredito qu´ és ser pensante

E qu´ tens farta sabedoria…

A palha é o teu alimento

E não t´ importas de estar só

Mas também és ciumento

E adoras o pão-de-ló…

Nunca rejeitas o trabalho,

Seja fácil, ou seja, duro,

Odeias ouvir um ralho

Pois és obediente e seguro.

Ninguém gosta de ser jegue,

Por prazer ou por vaidade:

Têm raiva de quem os segue

Nem que não seja verdade.

Tu, porém, nunca te importas,

Tocas tua vida adiante,

Não contestas nem exortas

Fingindo qu´ és ignorante.

“É Jegue, é Jegue, sabe-as todas”,

Proclama alguém com despeito,

Tu, porém, não vais em modas

Mereces, pois, o meu respeito.

Trabalhos chatos são para ti,

Ninguém se esforça tanto, tanto,

Tens paciência, como nunca vi,

Mais que tu só mesmo um Santo.

No “Dia Internacional do Burro”

Refletir será mais valia

Se o não fora cheiraria a esturro

Pela falta de sabedoria!

Frassino Machado

In INSTÂNCIAS DE MIM

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 08/05/2023
Reeditado em 08/05/2023
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