Viajando nas letras

Escrever é, antes de mais nada, expressão. Necessidade de colocar no papel (ou numa página de computador) o que vai por dentro de nós mesmos e como vemos o mundo. Se alguém lê nossas linhas, nos entende, aprecia o que está ali, então temos comunicação. Escrever é, pois, expressão e comunicação. Se alguém não aprecia o que expressamos e tentamos comunicar através da palavra escrita, então que vá se catar... Brincadeira, hein!

A mim parece ser muito mais fácil contar uma história ou anedota, fazer o ouvinte se emocionar ou se divertir com ela, do que escrever essa mesma história ou anedota para que o outro a leia num livro ou num site da internet. Daí que há vários comediantes de stand up que se tornaram mais conhecidos do que muitos autores de livros. Seria porque ao vivo as coisas ficam sempre melhores. Ao vivo e em cores então as coisas se tornam ótimas, não?

Uma das premissas básicas do existencialismo de Jean-Paul Sartre é a de que a existência precede a essência. Ainda que eu tenha dificuldade de definir o que é um livro, sei o que é um (essência), porque já vi um livro antes (existência). Sei o que é uma cadeira, não importa se ela tem três pés e um encosto mínimo (como a cadeira girafa de Lina Bo Bardi) ou quatro, como as convencionais, porque desde que nasci tenho visto cadeiras. Mas para ler um bom livro prefiro mesmo uma confortável poltrona. E você?