A chinesa quis se chamar “Neide”

Ela veio de Xangai porque tinha herdado uma lojinha de produtos chineses do seu pai que havia acabado de morrer deixando para ela esse pequeno negócio, com o qual ele sobreviveu desde que ela havia ido estudar na China. E a mãe dela não sabia negociar e nem queria voltar para a pátria onde havia nascido.

Então, a jovem Li Luan começou a tentar fazer a loja funcionar.

Porém, os clientes antigos se afastaram porque estavam acostumados com o atendimento e o jeitinho simpático do “velho”.

Li Luan ficou desesperada e achou que precisava colocar mais simpatia no atendimento, começando por treinar mais a língua portuguesa falada no Brasil e até decidiu que iria treinar para arregalar bem os olhos com ajuda de uma maquiagem especial, além de adotar o apelido de: “Neide”.

Deu totalmente certo.

Os clientes entravam, depois de lerem na placa onde estava escrito:

- “Neide Importadora/Produtos Chineses”.

Lá dentro, encontravam aquela mulher dos “oião” que não sorria (para não ter que fechar os olhos), porém com simpatia e sotaque carioca. E geralmente compravam mais do que pretendiam antes de entrarem.

Com o tempo, o negócio deu tão certo que a jovem chinesa teve que conseguir um local maior na mesma rua onde se reinstalou.

Aí, então, já uma próspera comerciante, ela melhorou ainda mais o nome da loja (que agora era um “lojão”).

Quem passar hoje em dia por lá, procure a placa:

“NEIDE IN BRAZIL”

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Da coleção zezediozoniana: “Você leu até aqui e quase riu, né não?”