TESE DE MESTRADO SUBURBANO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
TESE DE MESTRADO SUBURBANO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
A exemplo da montagem fisiológica,
tecnológica do texto engraçado,
Introduzo minha tese... Que enfado !
Meu contexto é a miséria tão... ilógica !
Na tese pobre de... mestrado... "suburbano"...
falei de um cano que furou num bairro pobre,
de alguns ladrões roubando alguns fios de cobre,
e de outros pobres... sempre entrando pelo cano.
Desenvolvendo minha lúdica temática
que é tão apática, ante tanta presunção
aleatória à chula dissertação,
usei, no texto, uma linguagem pragmática.
Falei da enchente carregando alguns barracos,
não dei pitacos filosóficos, chinfrins,
porque a desgraça tem começos, meios, fins
e, simplesmente, fiz um mosaico dos cacos.
Falei do lixo espalhado pela rua,
De uma velhinha entalada num bueiro,
de um prefeito que fez tanta falcatrua
que já nem sabe onde botou tanto dinheiro.
Não foi preciso pesquisar na Internet,
já fui pivete e leciono o que vivi,
cerol na linha, rabiolas com gilete
e até o chiclete que estranhei, quando mordi.
Gente feliz, mesmo apesar do abandono,
morros com donos no lugar dos habitantes,
aulas paradas por medo dos traficantes,
e tantas mães perdendo vãs noites... sem sono.
De vez em quando, um confronto, uma chacina,
balas perdidas acertando cidadãos,
as gambiarras "enfeiando" cada esquina,
e o candidato chamando todos de irmãos.
Chuva implacável e cruéis
desabamentos,
deslizamentos sobre uma família inteira,
algumas vidas ceifadas num só momento,
essa é a... vida... suburbana e brasileira.
Tevês vendendo carros, motos, Coca-Cola,
perfumes caros, celulares... lá da China...
cerveja, tênis... e na porta de uma escola...
troca de tiros... pra não fugir da rotina.
Jornais torcendo para que o povo se mate
filmes mostrando como é fácil traficar,
e lei soltando o ladrão que se engravate
na audiência que nem tem quem mais julgar.
O jornalista errando o texto e discutindo
a educação... falando: " metereologia"
ou " interviu" ... meu Deus do céu ! ... que hipocrisia !
E o professor, o que fazer ? ...chorando... ou rindo.
Falei dessa cultura inútil, repetida,
mostrando a vida dos famosos para a plebe
que se extasia com a receita, come e bebe
da culinária que engorda mais que a comida.
E desse tal de suplemento alimentar
que a Anvisa nem avisa se é bom,
cantor berrando asneiras fora do tom,
e a plebe rude com as mãozinhas para o ar.
Trens atrasados, bê erre tês superlotados,
sem ar, sem bancos... o assalto
em pleno dia
um celular roubado, um morto, que ironia...
nossos ladrões não são vilões, são bem mandados.
Feminicídios, suicídios, carnificinas
cotidianas e a notícia se estendendo,
- Fala de novo! ... o Ibope está crescendo!
O diretor gritando: " Quero mais chacinas !
Mas, na bancada, os doutos de meia trava
Ensimesmados com a doutrina googleana,
me enviaram para além da aTaprobana
Que nunca ouviram nem falar, que gente brava !
Um dos decanos arrogantes que me ouviu,
Disse que o tema que escolhi, foi bem chinfrim...
Não hesitei... e nem sei se falei por mim...
Mandei-os todos para a...
Às 9h e 27min do dia 12 de março de 2023 do Rio de Janeiro. Publicado e Registrado no Recanto das Letras.