A DESCULPA ESFARRAPADA
A DESCULPA ESFARRAPADA
Carlos Roberto Martins de Souza
A vovó chegou em casa vindo da prisão em Brasília. O netinho, com saudades da senhorinha, curioso, nota algo diferente, era uma tornozeleira eletrônica, e pergunta:
- Vovó, o que é isto na sua perna?
Desconcertada, tentando disfarçar, ela disse:
- É um medidor de pressão?
- Ué, a senhora estava no médico?
- É! Mas não é nada.
- Mais lá em Brasília? Porque?
A véia tremeu... Achou que o guri era bobo.
- É novo este tipo de aparelho?
Sem graça, ela tenta disfarçar e se livrar do pestinha, ela arremata:
- Eu fui passear...
- Mas a mamãe sempre disse que a senhora tinha a saúde perfeita.
- Eu comi algo que me fez mal.
- Mas a senhora não estava num hotel cinco estrelas?
O sangue da vovó talhou, pois percebeu que o garoto sabia muito mais sobre a viagem.
- Olha, eu vou descansar, depois eu te explico.
- Mas, que remédio o medico receitou para a senhora?
- Moleque, me deixa em paz...
- Uai vovó, a mamãe sempre mediu pressão no punho... Na canela eu nunca vi... Esse seu medidor é para gado?