pelos velhos tempos
você se lembra de quando podíamos brincar
na rua até tarde?
e não havia maldade nas brincadeiras
e não havia maldade nas brigas,
e não havia rancor nas palavras
que tanto gritávamos uns contra os outros.
antigamente podíamos fazer tantas coisas. . .
e as gerações futuras jamais saberão
o que não é racismo,
o que não é alcoolismo,
o que não é homossexualismo,
o que não é bolsonarismo,
o que não é feminismo,
o que não é patriotismo,
o que não é esse saudosismo
que nós tanto sentimos.
que nós tanto sentimos
e não aprendemos a lidar,
e não aprendemos a cuidar,
e não aprendemos a curar
das ofensas que ouvimos
e
das porradas que levamos
das pessoas que nos disseram
"eu te amo"
verbalmente
ou não deixando faltar comida à mesa
ou não deixando faltar um cobertor extra
na hora de dormir.
for auld lang syne,
sem as pessoas que conhecemos
hoje está tudo diferente.
obs: Este poema é uma crítica a vocês que tanto amam o que é velho e odeiam o novo. Este poema é uma crítica a quem acredita na homossexualidade como doença (vide o sufixo "ismo" na segunda estrofe). Este poema é uma crítica a quem nunca tratou dos próprios traumas, nunca procurou saber o motivo de um pensamento ou comportamento tóxico. Este poema é uma crítica a quem acha que o "politicamente correto" veio tornar o mundo "mais chato", quando por "chato" entende-se os crimes que vocês cometem, como racismo, lgbtqiafobia e espancamento de crianças como prática punitiva. Esse poema é uma crítica a todos vocês.