A Expansão do Império D’As-Sugar
Nansou D’As-Sugar era imperador tirano de um grande reino ao sul do norte do centro de uma vila chamada Babylônia, que ficava embaixo de um riacho que levava peixes gostosos bravos para o mar para descansar em um cruzeiro de sete dias, com direito a muita festa e regada a muita bebida (muita água, a preços salgados).
O império era conhecido pelos seus peixes gostosos que faziam striptease no meio do riacho chamado Rua Augusta, em homenagem à Augusta César, imperatriz ilustre do império, e que faleceu antes que ela mesma percebesse.
Para expandir seu império, Nansou teve muitos filhos, iniciando a dinastia Khan, começando por um filho chamado Khansou D’As-Sugar, filho de Nansou. O império foi se expandindo além do sul do norte do centro da vila, até que ele cansou de ter filhos, porque isso cansa, mas então seu império já alcançava todo o território da vila.
Buscando um meio de expandir seu império além das fronteiras da vila, ele refletiu profundamente por quinze segundos e chegou à conclusão de que faria umas guerras e mataria pessoas.
Um dos filhos, Yosou D’As-Sugar, perguntou ao pai por que ele queria expandir o império. O pai sabiamente respondeu: “porque sim”. Yosou nunca se esqueceu dessas palavras do pai – posteriormente, na lápide de Nansou, talharam em pedra a frase mais importante que Nansou proferiu em vida: “porque sim”.
A primeira cidade a destruir foi Paulinha Desavisada, governada por Sem As-Sugar, primo de Nansou, que invadiu a cidade sem nem avisar. A cidade era populosa, alegre e amistosa, contando com cinquenta e quatro mil humanos e duzentos animais, dentre os quais, alguns humanos, também. Além disso, era um polo tecnológico, e produzia cento e cinquenta cientistas por ano, na sua fábrica DoS Cience, mundialmente famosa por produzir os melhores e mais altos e fofos cientistas do mundo, que além de tudo bebiam cerveja com canela e riam como se não houvesse um amanhã para salvar.
Assim, Nansou matou todas as pessoas, destruindo a cidade toda. Não sobrou tijolo sobre tijolo; destruiu inclusive a fábrica DoS Cience, e lá se foi Paulinha Desavisada – o maior polo tecnológico e alegre do planeta.
Nansou explicou didaticamente à população de Babylônia (em uma apresentação de powerpoint) sobre a conquista histórica: a forma como heroicamente matou a cidade populosa de cinquenta e quatro mil humanos e duzentos animais, em apenas dois dias, composta de civis desavisados, e acabou com toda a sua cultura de cinco milênios, em troca de 100 metros cúbicos de terra (esse era o território da cidade).
Tudo isso, a um custo de apenas setenta mil soldados babylônicos mortos (só 40% do efetivo total da sua tropa, mas morreram apenas os que quiseram, pois foi uma guerra fácil - atacaram civis, Nansou disse, uma estratégia genial), noventa mil feridos, e despesas com armamentos, remédios e tratamentos psicológicos e fisioterapêuticos e drogas recreativas e alguns desvios de 154 trilhões e 400 bilhões de reais e as almas de duzentos babilônicos escolhidos ao acaso por sorteio (quanta sorte), parcelados em 45 vezes, sem juros, sem entrada e sem noção.
A população de Babylônia aplaudiu com duas palmas e foi embora do império (pois não estavam mais gostando de Nansou), que acabou sem ninguém. Depois a população voltou, pois viu que a terra de Paulinha Desavisada era boa (pois foi adubada com sangue de inocentes de uma cidade inteira e de setenta mil soldados) e eles ficaram gratos a Nansou pela terra fértil, mas ele já havia morrido de tristeza por ninguém reconhecer o bem que ele fez a todos.
Hoje, na sua lápide se encontra a frase “porque sim”, que a população usa no dia a dia, para responder a qualquer questionamento. Sábias palavras e legado deixados pelo imperador incompreendido.