E o Brasil conheceu a verdadeira democracia

Desde que Lenin criou a expressão “ditadura democrática”, revelando nela todo seu ímpeto democrático, não se viu na História da Humanidade a democracia se instalar com toda sua plenitude (ou completude) como estamos vendo hoje no Brasil.

Por todo lado que olhamos, e para cima e para baixo também, vemos sinais do gral, digo grau, de amadurecimento democrático que atingimos.

Vejamos algum exemplos:

- uma pessoa, em vez de ficar limitada às amarras de pertencer a um de dois sexos, que hoje sabemos que não existem, pode escolher um ou vários das dezenas de gêneros que estão cientificamente comprovados que existem. E quem quiser pode criar novos gêneros que também serão imediatamente comprovados cientificamente;

- sim, o que eu afirmei no parágrafo acima está absolutamente certo, porque a nova democracia permite que qualquer pessoa se torne cientista de qualquer área em poucos minutos lendo artigos científicos em jornais, blogues, etc., ou assistindo vídeos no Youtube. É possível inclusive se tornar especialista em questões ambientais assistindo entrevistas de atores de novelas ou cantores populares, como a Anitta;

- não estamos mais presos a regras ortográficas e de gramática. Cada cidadão fala como quiser e tudo que disser estará certo porque ele terá democraticamente sua própria língua. Ele pode até latir e miar e quem não o entender poderá ser processado por racismo linguistico ou qualquer outro crime parecido;

- esse é outro avanço importante na plena democracia. A criação de leis não mais ficará restrita ao Congresso e Senado, qualquer cidadão poderá criar suas próprias leis, desde que ele não seja ligado a doutrinas maléficas como Nazismo e Fascismo, nesse caso ele nem será considerado “cidadão”. Porém, continua reservada ao Supremo Tribunal Federal a sagrada missão de se pronunciar sobre a constitucionalidade das leis;

- não haverá mais distinção entre “verdade” e “mentira”, desde que as notícias e informações não sejam consideradas fake news por algum dos ministros do Supremo Tribunal Federal;

- todas as pessoas passarão a ser consideradas intelectuais, após assistir um ou mais vídeos da Marcia Tiburi, Manuela da Vila ou Jean Wyllys;

- a arte não ficará mais restrita a nomes que estão sendo enfadonhamente repetidos há séculos como Michelangelo, Da Vinci, Monet, etc. Qualquer pessoa poderá aceder a categoria de artista de renome bastando que tenha em mãos um lápis e uma folha de papel A4. Elas podem também, promover a si próprias como obras de arte, bastando para isso ficarem peladas em locais públicos;

- não haverá distinção entre as chamadas “músicas clássicas”, tão chatas e enfadonhas e as músicas que expressam a verdadeira alma do povo, compostas e cantadas nas comunidades das periferias das grandes cidades, que serão consideradas “clássicos” também;

- aliás, as referidas comunidades não serão mais chamadas “de periferia”, serão todas “do centro”;

- a verdadeira democracia não é excludente, por isso, Fidel Castro, Daniel Ortega, Nicolás Maduro, estarão definitivamente na galeria de grandes democratas;

- não haverá mais distinção entre “ateus” e “religiosos”, as pessoas escolherão como devem ser consideradas quando e onde quiserem e até as duas posições ao mesmo tempo, ficando por isso instituída a expressão “ateu religioso”;

- e finalmente, qualquer cidadão, se assim lhe for conveniente, pode a qualquer momento, sem que seja visto com olhares discriminatórios, se declarar um idiota completo.

Saudemos essa nova era quando o Brasil deixará de ser considerado o “país do futuro” e finalmente terá chegado ao seu destino definitivo.