Aprendendo com Paulo Freire
No livro “Pedagogia do Oprimido”, no capítulo sobre “educação bancária” Paulo Freire afirma que “Por isto mesmo é que uma das características desta educação dissertadora é a “sonoridade” da palavra e não sua força transformadora. Quatro vezes quatro, dezesseis; Pará, capital Belém, que o educando fixa, memoriza, repete, sem perceber o que realmente significa quatro vezes quatro. O que verdadeiramente significa capital, na afirmação, Pará, capital Belém. Belém para o Pará e Pará para o Brasil.”.
Mais adiante, sobre a “educação libertadora” ele diz “É através deste que se opera a superação de que resulta um termo novo: não mais educador do educando do educador, mas educador-educando com educando-educador.” e “Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.”.
Portanto se o educando disser que quatro vezes quatro é vinte, o educador estará sendo educado por ele, da mesma forma que, quando o segundo se referir a Belém como capital do Pará e o primeiro fizer uma dissertação sobre o que é uma capital e sobre a história de Belém, o educador revolucionário ficará boquiaberto e dirá para o educando liberto de si por si que ele pode ir embora para casa porque o lugar dele é no meio do povão fazendo revolução.