Cacófatos

 

Como “Ultima Flor do Lacio”

Nossa língua tem  magia

Mas quem a escreve descuidado

Tropeça em cacofonia

 

Até mesmo o pai do idioma

Camões, em hora mais triste

Escreveu em seu soneto:

Al ma minha  que te partiste

 

Em nosso hino altaneiro

Do Ipiranga, o rio castiço

Houve  um herói  cobrado

E ninguém pensou  nun canisso

 

Destarte meu caro amigo

Não caia em esparrela

Modere a pena  e se cuide

Ao falar a cer  cadela

 

O tabaréu  das bibocas

Sem instrução, o coitado

Ao falar na profissão

Diz  eu sô de  tocá gado

 

Minha sobrinha, em menina

Tinha o sotaque alemão

Perguntei se tinha fome,

Disse: Tio, eu comi já pão

 

Meloso e apaixonado

Diz pra moça o garotão

Meu coração por ti gela

Meus olhos por ti são

 

Mas em matéria de cacó

Fato maior não contesto

É dizer sem pular letras:

Este é um  político honesto

 
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Língua nossa
Língua minha
Que permite essa troça
E pular amarelinha
             (HLuna)

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Lingua em pá, mirabolante
Que ateste minha trovinha
Haja "cacó" fato, atente
Pra mais de mil piadinhas
(Ana Maia Grazzaneo)

 

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Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 30/11/2007
Reeditado em 10/03/2008
Código do texto: T759851