Como “Ultima Flor do Lacio”
Nossa língua tem magia
Mas quem a escreve descuidado
Tropeça em cacofonia
Até mesmo o pai do idioma
Camões, em hora mais triste
Escreveu em seu soneto:
Al ma minha que te partiste
Em nosso hino altaneiro
Do Ipiranga, o rio castiço
Houve um herói cobrado
E ninguém pensou nun canisso
Destarte meu caro amigo
Não caia em esparrela
Modere a pena e se cuide
Ao falar a cer cadela
O tabaréu das bibocas
Sem instrução, o coitado
Ao falar na profissão
Diz eu sô de tocá gado
Minha sobrinha, em menina
Tinha o sotaque alemão
Perguntei se tinha fome,
Disse: Tio, eu comi já pão
Meloso e apaixonado
Diz pra moça o garotão
Meu coração por ti gela
Meus olhos por ti são
Mas em matéria de cacó
Fato maior não contesto
É dizer sem pular letras:
Este é um político honesto
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Língua nossa
Língua minha
Que permite essa troça
E pular amarelinha
(HLuna)
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Lingua em pá, mirabolante
Que ateste minha trovinha
Haja "cacó" fato, atente
Pra mais de mil piadinhas
(Ana Maia Grazzaneo)
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