A volta dos que não foram
Era meia noite eu ainda sem sono, e não conseguia dormir, fui até a cozinha, bebi água e fui até a sala olhar a rua triste e solitária sem nenhuma alma viva e nessa distração da ermo rua, sem querer eu percebi um movimento estranho do vizinho da rua da frente. E assim eu vi que era um tanto suspeita a sua atitude, pois o camarada olhava para um lado e para o outro e como não viu ninguém, atravessou mais do que rápido a rua, indo direto para a casa 🏡 do seu Raimundo e entrou pela a entrada lateral de um estreito beco que fica entre a casa e o muro.
Enfim, isso foi há muito anos atrás que isso aconteceu, e nessa época eu era apenas um jovem adolescente. E assim esse tempo vai e este tempo vem, continue levando a minha vida normal e cheguei até comentar sobre este fato para a minha mãe. E imediatamente ela disse: não fale isso para ninguém, não confie em ninguém, esqueça isso, isto é problema deste corno velho.
E assim se passaram muitos anos e eu sempre visitava este velho comércio do seu Raimundo, porque nessa época eu trabalhava como vendedor externo. Como sempre o seu Raimundo é muito comunicativo, conversador e muito animado como pessoa; e gosta de falar sobre tudo: política, futebol e assuntos da atualidade e é um grande gozador.
Todavia teve um dia que eu cheguei em seu mercadinho, e ele estava bastante alegre e feliz como sempre, apesar de ter um rosto com um aspecto sério, ele sabe brincar e ser divertido. E foi neste dia que ele disse assim: Melo, você se lembrar do Toinho, o irmão do Zezinho, do Edvaldo, do Peninha e daquele fortão, o Evandro. E eu respondi:
_ Sim, seu Raimundo eu lembro sim, porque?
_ Tu sabia que o Toinho veio aqui comigo e conversou foi muito comigo e tu sabia que eu nem tava conhecendo o cara. Foi quando ele me disse: eu sou o Toinho, o irmão do Zezinho, filho do seu Alonso. E foi aí que eu fui lembrar dele Melo e foi uma grande surpresa para mim, porque já faz muito tempo que eles se mudaram do bairro. E tem mais camarada, ele disse que estava com saudade do bairro e dos velhos vizinhos.
E nesse tal interím da conversa, eu só apenas confirmava: é mesmo seu Raimundo e ficava pensando comigo mesmo: coitado desse pobre homem, o velho amante da mulher dele vem visitar o corno velho e ele ainda fica todo feliz com a visita do Ricardão. E segundo o seu Raimundo, o comedor ainda perguntou sobre a sua mulher; como é que está a sua esposa? Pelo o visto esse cara tá morrendo de vontade de matar a saudade dela.