E NA POSSE DO XANDÃO...
E NA POSSE DO XANDÃO...
Carlos Roberto Martins de Souza
Várias autoridades foram convidadas para a posse do Ministro Presidente do TSE, Alexandre de Morais, estavam lá entre outros, Boçal Nero, Lula, inimigos mortais. Já na chegada, começou a guerra por espaço e por protagonismo, Jair Mentindo foi logo avisando para a imprensa.
Jair: Só estou aqui, porra, porque vai sair no Jornal Nacional da Globo, por este “ditador da toga" eu jamais iria aparecer na festa. Eu preciso desesperadamente da audiência dela, que se fodam os meus eleitores. Talkey?
O oficial que organizava o estacionamento chega para posicionar o carro presidencial.
Oficial: Excrementíssimo, a vaga do senhor é aquela com número treze, são as formalidades.
Boçal Nero estufou o beiço, soltou aquela bufa perfumada famosa, bateu com as ferraduras no chão e berrou cuspindo:
Jair: Seus filhos da puta, este tal Xandão armou isto para mim, caralho! Aquele cabeça de azeitona no azeite é moleque. Chamem meu alergologista, estou tendo uma crise, só de ouvir este número até meus ovos podres estão com urticaria. Minhas hemorroidas estão fazendo beicinho.
Como é de praxe, Bozo não pode ver um microfone. Só que não percebeu que era um repórter da Globo.
Repórter: Presidente, o senhor pode nos dizer como começou a sua carreira de política? 30 anos é muita coisa.
Boçal: Ah! Foi longo na infância. Eu ainda estudava no primário.
Repórter: No primário? Mas que interessante! Explica!
Boçal: Um dia, meu pai me chamou e disse: "Filho, a partir de hoje eu vou lhe dar mil cruzeiros todas as vezes que você tirar uma nota maior que 8". No dia seguinte eu cheguei para a minha professora e falei: "Escuta, Dona Clotilde, a senhora não gostaria de ganhar 500 cruzeiros de vez em quando?"
Repórter: E porque o senhor escolheu ser político?
Boçal: Ora meu chapa, eu nunca vi político sair na rua para fazer manifestação por melhores salários! Entendeu? Só trabalhador vai para a rua. Detesto trabalho.
Enquanto aguarda, e impaciente com a demora, o Messias diz ao seu “Guarda Malas, Arthur Lira:
Jair: Vamos tomar alguma coisa?
Arthur Lira: De quem, presidente? De quem? Aqui é perigoso.
Ansioso para dar um beijo na careca do Xande, Boçal vê um adolescente, e querendo fazer média de olho no voto, caminha para o lado dele. O guri, esperto não deixa passar:
Guri: Podemos conversar, presidente?
Bozo: Simmmm! Ah, que tal política? Você acha que devemos reeleger o presidente ou dar uma chance a outro?
O garoto, que de bobo não tinha nada, suspirou e replicou:
Guri: Pode ser um bom tema, mas antes preciso lhe fazer uma pergunta.
Bozo: Então manda! Vou mostrar que sou o melhor candidato.
Guri: Cavalos, vacas e cabritos comem a mesma coisa, capim, grama, ervas, concorda?
Bozo: Simmm! Disto eu entendo e muito. Lido com gado todo dia.
Guri: No entanto, cabritos excretam bolinhas, vacas largam placas de esterco e os cavalos grandes pelotas... Qual é a razão para isto?
O Messias inteligente pensou por alguns instantes, esfregou as mãos, raspou a garganta e respondeu:
Bozo: Meu garoto, confesso que não sei a resposta. Você foi esperto.
Guri: Então como o senhor se sente qualificado para discutir quem deve governar o Brasil, se não entende de merda nenhuma?
Boçal: Babaca mimado, você nem saiu das fraldas e quer me ensinar?
Guri: Eu já sai há muito tempo, o senhor, pela quantidade de merda que faz todo dia, deve estar usando fraldão e calça plástica. Isto se não colocaram um sabugo no rabo do senhor.
Bozo suou frio, babou, mijou pelas pernas abaixo, pois não esperava recepção tão calorosa. Ouvindo de que o Queiroz não estaria na cerimônia, Micheque pergunta ao maridão Já Ir Embora:
Micheque: Moooorzinho, o que é leptospirose?
Boçal: Sua mula, sua anta, você não sabe? É uma doença que ataca os usuário de “lépitópi”. É transmitida pela urina do “mauzi”.
Entraram para a sala de espera reservada a convidados, lá só havia chegado o seu algoz, e o tempo esquentou.
Bocal: Puta que o pariu! O que este pé de cana está fazendo aqui? O que este boca de pinga tá querendo? Isto aqui não é boteco de sindicalista, é só para figuras importantes.
Oficial de Ordens: Calma presidente, ele é convidado, é chegado do Morais, não cria confusão.
Boçal: Eu sabia que estavam armando contra mim, e vou ter que engolir este bagaço de cana, pois preciso aparecer na televisão, é minha chance.
O pessoal do Lula, percebendo o desconforto e o nervosismo do Bozo, provoca:
Segurança de Lula: Pessoal, cuidado, pois temos um terrorista na sala, esse aí tentou explodir a caserna, mas por incompetência e burrice, não conseguiu. Guarde suas joias e carteiras, pois o pessoal do Centrão está aqui, eles não podem ver dinheiro.
Bozo: Cambada de Sem Terra, acho que vocês invadiram terreno particular, aqui só entra quem tem estrela, quem tem importância para o Brasil.
Lula: Olha só, ele disse estrela? Não acredito! Aqui está a minha, ela me acompanha faz anos, é vermelha. Tem até uma música em homenagem: Lula, brilha uma estrela...”.
Começou a cerimônia e o secretário anuncia as autoridades convidadas:
Secretário: Temos em especial o Senhor Jair Boçal Despedindo Nero, presidente em “aviso prévio”, a quem desejamos “boas idas”. Leve os nossos agradecimentos por estar nos livrando de um fardo tão pesado.
Bocal: Quero aproveitar para deixar alguns pedidos as autoridades, quero a volta do telégrafo, do talão de cheques, das cabines telefônicas, do telefone a disco, da zebrinha da loteria esportiva e em especial, da urna de pano e o seu voto impresso. Sou um velho rabugento, não aceito este negocio de urna eletrônica, ela me dá caganeira, me deixa maluco só de pensar que não posso conferir quem votou em mim, eu só confio no papel.
Xandão: Senhor, não estamos em comício, ninguém aqui quer saber de suas frustrações, de seus desequilíbrios, estamos numa festa e não num velório, estamos num auditório e não num museu. Comporte-se.
A cerimônia transcorria bem até que anunciam a palavra de Lula. Fedeu! Fedeu! Foi um zum zum, Bozo, furioso exigiu que não fizessem aquilo.
Bozo: Cambada, até agora eu fiquei calado, mas agora exijo exame de bafômetro deste pinguço, para falar aqui tem que estar sóbrio. Não aceito provocações, não aceito traição do cerimonial.
Lula: Companheiros e companheiras, não vou responder ao Satanás, ele fala de família, mas faz rodízio de mulher, ele fala de cristão, mas prega a liberdade de armas, fala de honestidade, mas se atrelou ao Centrão, fala de Deus, no entanto ele se diz deus, fala de verdade, mas surfa nas ondas dos mares da mentira. Este cabra acredita em cobra que fala, em Papai Noel, mas não acredita em urna eletrônica. E ai o povo já não acredita nele mais, exceto os evangélicos, pois foram enganados pelos seus pastores e líderes, fazendo desta anta o Messias moderno da Igreja dos crentes.
Na saída da cerimônia, doido para saber sobre sua popularidade depois de aparecer na Globo, presidente mandou fazer uma pesquisa para saber o que povo acha de seu governo.
Bozo: E ai, como o meu gado viu o meu desempenho e o que pensam de meu governo?
Pesquisador: Senhor presidente, nós constatamos que a população está divida em duas camadas distintas.
Bozo: Caralho, e quais são elas?
Pesquisador: Bom, nossa população se divide entre os otimistas e os pessimistas.
Bozo: E o que eles pensam, pesquisador? Desembucha! Diga logo porra.
Pesquisador: Bom, presidente, os otimistas acham que, se o seu governo durar mais algum tempo, todo mundo vai acabar comendo merda.
Bozo: Cacete! Nossa! Esses são os otimistas? Me diga então o que pensam os pessimistas?
Pesquisador: Bom, senhor presidente, os pessimistas acham que a merda não vai dar pra todo mundo.
Enfurecido com o resultado, restou ao Bozo enfiar a viola desafinada no saco e ir se preparar para posse... Do novo presidente. Seu arquirrival.