A PRIMEIRA VEZ
Sebastião estava muito nervoso. Era a sua primeira vez. Rapaz tímido, do interior, havia pouco tempo que morava na cidade grande e achava tudo diferente: A comida, os costumes, o jeito de falar das pessoas, etc. Ainda não havia se acostumado com a maneira de ser das pessoas da cidade.
O momento estava chegando e Sebastião já tremia todo só de imaginar que, por causa da sua ansiedade, ele não iria conseguir. Estava com medo. Seria a maior gozação com os novos amigos da cidade grande que conhecera recentemente, e ele não sabia mentir.
O rapaz, meio cismado, já foi entrando no ambiente e foi deitando na cama já tremendo e suando um pouco. Agora não tinha mais como fugir, seria tudo ou nada, pensava ele. Nesse momento, o suor frio escorria de sua face. Uma jovem muito bonita, olhos claros, cabelos negros e compridos, de belas formas veio em sua direção. Mesmo deitado, suas pernas já tremiam, e ele pensou em correr, mas sabia que era tarde demais para fugir. A jovem chegou perto dele com um um sorriso nos lábios e perguntou delicadamente, com a voz macia e suave:
_ Você está muito nervoso, tente se acalmar. É a sua primeira vez?
_ É sim, respondeu Sebastião gaguejando e com vergonha de encará-la.
_ Pode ficar tranquilo, pois muitos ficam nervosos como você quando fazem isso pela primeira vez. Eu serei cuidadosa com você.
Sebastião foi se acalmando, ficando mais relaxado graças ao sorriso e à simpatia da moça.
_ Agora Estenda o braço e relaxe o corpo, disse a moça a Sebastião.
_ Mas não vai doer nada doutora?
_ Não, só vai ser uma picadinha de nada! quando você for doar sangue de novo, você vai até achar graça nisso.
_ Tá legal doutora, disse Sebastião estendendo o braço e virando o rosto para não olhar.
Foi como a doutora realmente disse, uma picadinha de nada, e ele fazendo todo aquele drama. Mas pelo menos agora Sebastião iria poder contar aos seus amigos que doou sangue sem amarelar e não seria motivo de piada.