Conto rápido: Alô!
Ela era daquelas que adorava coisas novas, daí ouviu propaganda de um número que podia falar com pessoas que pudesse talvez iniciar uma amizade ou até mesmo um namoro: o 145.
Um dia, resolveu tentar quebrar a monotonia. Quem sabe, arranjaria uma companhia? Ligou e lá ouviu a voz mais linda da vida! Nossa! Xonou na hora! Conversa agradável. Foi o começo de um relacionamento, algumas semanas papos agradáveis. Cada um falava o que gostava e o que não gostava. Depois de uns 15 a 20 dias, ela marcou um encontro. Por segurança, marcou em sua casa. Bom, na hora certa, às 16 horas, ele chegou. Ela viu de longe e seu coração disparou. Desceu até o portão de casa e deu de cara com o rapaz. Pense num homem feio! A pobrezinha olhava e não acreditava! O homem era o inverso de tudo o que havia pensado. Ela sentiu a paixão desmoronar. Porem, sem querer ser mal educada, o recebeu com delicadeza. Convidou-o para subir e ainda bem que sua irmã tava ali. Conversaram os três até que finalmente ele disse que se ia. Ela agradeceu a visita. Num último ato, ele pede um copo d'água. A irmã solícita foi buscar. Ele se aproximou e disse: " Vamos aproveitar, quero um beijo". Ela, então disse:" Ah, fecha os olhos" Ele:" Por quê?"
Ela:" Tou com vergonha, anda, fecha os olhos"
O cara fechou os olhos e fez um bico. Ela, sem mais nem menos tacou um pedaço de queijo que estava num pires.
Sentindo aquilo, ele abriu os olhos. Surpreso, tirou da boca o queijo. Olhou e perguntou: "Por que isso?"
Ela: "Ora, hoje vai o queijo, depois virá o beijo"
E aproveitando a irmã com o copo de água deu para ele. Sem jeito, ele tornou a por o pedaço de queijo na boca e depois de um minuto tomou um gole dágua. Despediu-se e se foi.
O namoro telefonístico não vingou. Mas resultou em várias risadas.
Raimunda Lucinda Martins (Nelremar)