Só pode ser trote das irmãs Fox

As irmãs Fox, de 12 e 9 anos de idade, costumavam fazer brincadeiras para assustar o pai que era um pastor evangélico, e a mãe e por toda a casa, ressonavam barulhos estranhos, que os pais atribuíram a espíritos. Esses truques infantis eram tão ardilosos que acabaram atraindo jornalistas, intelectuais e religiosos. Muitos deles afirmaram a veracidade do fenômeno, dando início a um enorme interesse e estudo da possível comunicação provocada entre vivos e mortos.

Por 40 anos, Margarida Fox ganhou muito dinheiro e fama com isso. Porém, em uma crise de consciência, resolveu escrever uma carta para o jornal New York Herald, confessando que tudo havia sido uma farsa.

Quatro meses depois, um repórter do jornal a visitou em sua casa, em Nova Iorque. Nessa ocasião, Margarida demonstrou como fazia o truque do "fantasma batedor", que dava pancadas no assoalho. E também declarou:

“Sabia, então, que todos os efeitos por nós produzimos eram absolutamente fraudulentos. Ora, tenho explorado o desconhecido na medida em que uma criatura o pode. Tenho ido aos mortos procurando receber deles um pequeno sinal. Nada vem daí – nada, nada. (...) Tenho me assentado sozinha sobre os túmulos, para que os espíritos daqueles que repousavam debaixo da pedra pudessem vir ter comigo. Nada!”

Dias depois dessa segunda reportagem, a outra irmã Fox, Catarina, também tomou vergonha na cara e resolveu contar:

“Não me importo com o espiritismo. No que me concerne, acabei com isso. E direi: considero-o uma das maiores pragas que o mundo jamais conheceu... Não hesitaria um momento em desmascará-lo. O espiritismo é fraude do princípio ao fim. E é a maior impostura do século.” - Catarina Fox, jornal New York Herald, 1888