Saudades de Mister Max
SAUDADES DE MISTER MAX
Miguel Carqueija
Na década de 1960, adolescente, eu descobri e li muito as revistas policiais que vendiam nas bancas de jornal. Isso me influenciou muito a escrever, e especialmente naquele gênero. Eu gostava de ler as narrativas de Leslie Charteris com o personagem “O Santo”, que saíam na revista Meia-Noite, editada pela Rio Gráfica. Foi assim que comecei a criar personagens ingleses, já que Simon Templar, “O Santo”, era inglês e geralmente agia na Inglaterra.
Entre os personagens que vim a criar em histórias policiais e humorísticas estavam o aventureiro Ted Square e o advogado Brian Max, ou “Mister Max, o sombrio”, como eu gostava de chamá-lo. Hoje está esquecido, mas apareceu em diversos contos. Alguns se perderam.
Na década de 1980 eu colaborava no Jornal de Vila Isabel, órgão comunitário do Rio de Janeiro, distribuído gratuitamente nas bancas (esses jornais comunitários vivem da propaganda). Creio que não existe mais e nem sei que fim levou seu editor, o Argemiro. Mas além dos textos eu criei uma tirinha com o Dr. Brian Max. Isso durou creio que perto de um ano, até que o Argemiro admitiu um sócio que fez uma série de mudanças e cortou a minha participação. É pena, mas foi o fim da minha tirinha. Por mais mal desenhada que fosse, eu gostava de mantê-la.
Agora, recordando os velhos tempos, reproduzo aqui uma tirinha, a de número 14, que mostra Max com Ted Square.
Rio de Janeiro, 19 de maio de 2022.