A vingança do OVO
Depois de um dia inteirinho
De um trabalho, sofrido e penoso
Com cinco horas extras, abençoadas
Não vendo o instante de chegar em casa
Manoel sai cantarolando
Decidido e muito determinado...
“Pessoal...
Tenho pra todos um presentinho
Hoje na janta não vai ter osso, nem OVO”
Papai arrumou uns trocado
Tava o homem todo orgulhoso
Feliz, feito um passarinho!
Antes porém, uma paradinha
Rumo ao mercado do Orlando
Pra comprar outras coisinhas
Salame, 'mortandela', carne e galinha
Saltitante, satisfeito e sorridente
Enfim, vão voltar engraxar os dentes
Ele, a patroa e seus filhinhos!
Mas como bem diz, velho ditado
Desgraça pouca, pro pobre, é bobagem
Vejam o que aconteceu com o Manoel
...com ele e com toda sua família
Tanto tempo comendo o "bendito" ovo
Olhem, que baita sacanagem se deu
...quase três anos nessa pindaíba
Chegando ao fim dessa terrível pandemia
Que vai atravessando três invernos
Ao qual vamos vencendo, Graças a Deus
E quando vem um ‘dierinho’ do céu
(Ói, que vida mais bandida)
*Eta governo desgraçado*
De retro, di vórta pros quintos dos infernos
Que saia de uma vez, este excomungado
Meu Deus...
O quanto sofre o pobre, nessa vida!
Preparou aquele churrasco vistoso
Atiçando pelo cheirinho, toda vizinhança
Assando no fogo de chão,
Uma costela enorme, inteirinha
Uma peça de pernil e uma “fraldinha”
É dessa vez que “istufamo a pança”
Manoel tava todo garboso
Orgulhoso, fazendo até selfie, com Mariquinha
Se achando o ator principal
Os "fiu, alegre ingual pinto no lixo"
Esses, numa fe...li...ci...dade, tal!
Restava saber, até quando?
Só que um pouquinho mais tarde
Depois de se dar um reboliço
Todos ‘istrupiados’, isturricados
Internados no mesmo hospital!
Eta governo desgraçado, tirando do pobre além do seu ganho, o prazer de comer bem!